As previsões para a inflação de 2015 bateram na trave dos dois dígitos conforme o Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central. De acordo com a projeção, a mediana avançou de 9,91% para 9,99%. Essa é a oitava semana consecutiva em que há alta das estimativas para esta variável. Se confirmada a estimativa, representará o maior índice em 13 anos, ou seja, desde 2002 - quando ficou em 12,53%.
Há quatro edições do documento, a mediana estava em 9,70%. No caso do Top 5 de 2015, o ponto central da pesquisa já havia atingido dois dígitos na semana passada e agora avançou mais, passando de 10,03% para 10,16%. Há quatro semanas, essa mediana estava em 9,61%.
Para 2016, a mediana das previsões também disparou: passou de 6,29% para 6,47% na 14ª vez seguida de elevação. Há quatro edições, o ponto central da pesquisa era de 6,05%. No caso da elite dos economistas que mais acertam as previsões para a inflação no médio prazo, denominada Top 5, houve queda, de 7,33% para 6,98%.
Esta é a primeira vez que o novo grupo apontado pelo BC apresenta suas estimativas depois da divulgação do IPCA de outubro. Quatro edições atrás, estava em 6,72%. A meta de inflação de 2015 e 2016 é de 4,5% com margem de tolerância de dois pontos porcentuais para baixo ou para cima.
No Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de setembro, o BC havia apresentado estimativa de 9,5% para este ano tanto no cenário de referência quanto no de mercado. Pelos cálculos da instituição revelados no RTI, o IPCA para 2016 subiu de 4,8% para 5,3% no cenário de referência e passou de 5,1% para 5,4% no de mercado. Na ata do Copom mais recente, o BC informou que suas projeções subiram ainda mais tanto no cenário de mercado quanto no de referência.
Para a inflação de curto prazo, a estimativa para novembro subiu de 0,60% para 0,62% de uma semana para outra ante taxa de 0,57% verificada há um mês. No caso de dezembro, que aparece pela primeira vez na Focus, a taxa passou de 0,70% para 0,71%. Quatro semanas atrás estava em 0,67%.
Depois de terem caído na semana passada, as expectativas para a inflação suavizada 12 meses à frente também voltaram a ultrapassar o teto da meta, saindo de 6,47% para 6,70% - quatro edições atrás estavam em 6,24%.
Retração do PIB em 2015 passa de 3,05% para 3,10%
O Relatório de Mercado Focus também trouxe nova rodada de deterioração para o Produto Interno Bruto (PIB) deste e do próximo ano. De acordo com o documento, a perspectiva de retração da economia neste ano passou de 3,05% para 3,10% - um mês antes estava em queda de 2,97%. Se confirmado, será o pior resultado desde 1990 - quando foi registrada uma queda de 4,35%.
Para 2016, a mediana das previsões saiu de -1,51% para -1,90%. Quatro semanas atrás estava negativa em 1,20%.
Segundo o IBGE, o PIB brasileiro caiu 2,6% no segundo trimestre deste ano na comparação com o primeiro e 1,9% ante o mesmo período de 2014. No Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de setembro, o BC revisou de -1,1% para -2,7% sua estimativa para a retração econômica deste ano.
No caso da produção industrial, a mediana das expectativas para 2015 saiu de baixa de 7,00% para -7,40% agora - um mês antes estava em -7,00%. Para 2016, continuou em -2,00%. Há quatro semanas, estava em -1,00%.
Já na relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB, a projeção dos analistas foi mantida em 35,80% para 2015 - quatro edições antes estava em 35,90%. Para 2016, a taxa subiu de 39,30% para 39,60% - um mês antes estava em 39,50%.
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