O desempenho abaixo do esperado da economia brasileira fez uma das três principais agências de classificação de risco do mundo, a Moody's, rebaixar em um grau a nota de crédito do Brasil (rating).
A desclassificação do conceito Baa2 para Baa3, no entanto, mantém a nota no grupo chamado "grau de investimento", reservado a países que são considerados bons pagadores.
ZH Explica: o que muda se as agências de classificação de risco rebaixarem a nota do Brasil
Entre as justificativas da agência para a decisão está a "falta de consenso político em reformas fiscais", ou seja, está relacionada ao fracasso da aprovação do ajuste tal como planejado pelo governo no início do ano, em boa parte devido à rebelião parlamentar liderada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha.
Essa situação, conforme a Moody's, impede que o governo alcance um superávit primário "suficientemente alto" para frear e reverter a tendência de elevação da dívida pública neste e no próximo ano.
Risco do Brasil fica maior que o de países sem grau de investimento
Apesar de ressaltar sua projeção de que a situação da dívida pública do governo federal "continuará a se deteriorar" até 2016 em relação às projeções anteriores da agência, a Moody's pondera que a "fortaleza do crédito" do Brasil justifica sua permanência entre os países com grau de investimento.
A agência menciona "amplas reservas para fazer frente a choques financeiros externos" e uma situação de balanço de conta corrente (todas as movimentações do país em outras moedas) que "limita relativamente" sua exposição a dívidas em moeda estrangeira.
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