Embalada pelo apetite dos investidores estrangeiros, a bolsa de valores brasileira continua o movimento de alta incitado em meados de abril. Nesta terça-feira, o Ibovespa, principal índice acionário do país, encerrou com valorização de 1,22%, aos 58.051 pontos - é a primeira vez desde 15 de outubro do ano passado que a bolsa fecha acima da marca dos 58 mil pontos. Os principais destaques do pregão foram, novamente, as ações da Petrobras e da Vale.
As ações da estatal subiram cerca de 4%, repercutindo o posicionamento favorável da Agência Nacional de Petróleo (ANP) sobre retirar a obrigatoriedade de participação da petrolífera nas licitações do no pré-sal. Pelo atual marco regulatório, a estatal é a operadora única, ou seja, a companhia precisa dar lances com participação de, ao menos, 30% em todos os blocos oferecidos pelo governo.
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As discussões sobre a participação da Petrobras no pré-sal ganharam força na segunda-feira, quando o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, disse ser a favor da retirada da obrigatoriedade. O depoimento foi dado em entrevista à Bloomberg, durante a OTC, maior feira do planeta de exploração offshore (em alto mar). No entanto, logo após o fechamento do mercado, Braga afirmou que o governo, no momento, não discute mudanças nessa regra.
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Também entre as maiores altas do Ibovespa, o papel ordinário da Vale subiu cerca de 9% na sessão. A mineradora tem registrado forte valorização no mercado, e, apenas nos primeiros dois pregões deste mês, subiu quase 20%.
O bom momento da bolsa brasileira tem grande influência estrangeira. Com dinheiro sobrando nos mercados internacionais em meio a relaxamentos monetários promovidos pelos bancos centrais do Japão e da Europa, somados aos juros próximos de zero nos Estados Unidos, a bolsa registrou em abril (até o dia 29) o maior saldo positivo de investidores estrangeiros dos últimos anos. Foram quase R$ 8 bilhões de diferença entre compras e vendas por este tipo de investidor de acordo com dados da própria BM&FBovespa.
Dólar fecha em queda
Após quatro altas seguidas, o dólar fechou com queda de 0,39% ante o real. A moeda americana encerrou cotada a R$ 3,0687. O movimento acompanhou o desempenho no Exterior, onde o dólar também registrou desvalorização em relação a outras divisas.