O desempenho melhor do que o esperado da economia brasileira no primeiro trimestre deste ano não foi suficiente para animar os investidores do mercado brasileiro nesta sexta-feira. Em dia marcado pela divulgação do Produto Interno Bruto (PIB), a bolsa de valores despencou 2,25%, aos 52.760 pontos. O dólar, por outro lado, fechou com valorização de 0,74%, cotado a R$ 3,1873 - maior valor desde o final de março.
O PIB brasileiro encolheu 0,2% nos primeiros três meses do ano em relação ao último trimestre de 2014, de acordo com números divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O dado, embora negativo, veio melhor que as projeções do governo e de analistas. A previsão de economistas do mercado financeiro era de uma queda de 0,5% no período.
Para os investidores, no entanto, pesou menos o resultado amplo (a baixa de 0,2%) e mais a confirmação do péssimo momento de alguns setores importantes da economia. O consumo das famílias - motor do crescimento durante grande parte do governo Lula e no início da administração de Dilma Rousseff - caiu 1,5% em comparação ao último trimestre de 2014. Outro destaque negativo na apresentação dos dados foi da chamada formação bruta de capital fixo, que representa os investimentos em produção. Esse indicador recuou 1,3% - a sétima queda consecutiva - e ajudou a frear a economia brasileira.
VÍDEO: O QUE ESPERAR DA ECONOMIA BRASILEIRA EM 2015
Em meio à repercussão do PIB brasileiro, as principais ações da bolsa de valores, como Petrobras, Vale e os principais bancos, fecharam com baixas, pressionando o Ibovespa para o vermelho.
O destaque do último pregão do mês, contudo, foi o papel da administradora de planos de saúde Qualicorp. Envolvida em operação da Polícia Federal que investiga doações irregulares para partidos políticos na eleição de 2014, a empresa viu sua ação despencar mais de 20% na sessão.
Com a baixa desta sexta-feira, a bolsa de valores brasileira fechou maio com queda acumulada de 6,17%. No ano, o Ibovespa registra alta de 5,5%.
Mês de disparada do dólar
No mercado de câmbio, a sexta-feira foi marcada por muita volatilidade. Além da divulgação do PIB brasileiro, ocorreu a apresentação dos dados da economia americana no primeiro trimestre. De acordo com o órgão, o PIB dos Estados Unidos encolheu 0,7% entre janeiro e março deste ano em relação ao ano passado.
Mesmo com a queda, o dólar terminou o dia com valorização, pressionado pelas expectativas de que o Banco Central diminua as intervenções no mercado de câmbio.
Após cair no acumulado de abril e dar um alívio a muitos consumidores, empresas e investidores, a moeda americana disparou 5,8% em maio. No ano, contudo, há valorização de quase 20% ante o real.