A quarta-feira foi quase um dia de exceção na economia neste início de 2015. Uma jornada para recuperar o fôlego. Apesar dos resultados ruins da produção industrial e das vendas de veículos, a balança comercial entrou no azul, o dólar teve pequeno recuo, a bolsa subiu e até o valor das ações da Petrobras ganhou 5%.
No mercado, parece que o fato de a presidente da República e seu ministro da Fazenda viverem dias de Levilma, reconciliados e à prova de "intrigas", pegou bem. Terminaram os problemas? Claro que não. Mas que ajudou a respirar, ajudou.
José Augusto de Castro, presidente da Associação Brasileira de Exportadores (AEB), avalia que a virada na balança comercial é mais efeito da queda das importações do que do aumento das exportações. Mas ao menos, pondera, "saiu o elefante da sala" - o real muito valorizado que não deixava fechar negócios. Ainda será preciso esforço para reconquistar mercados e falta saber se haverá financiamento suficiente para exportar.
- Mas agora tenho preço e vou vender - observa, lembrando que se até o Banco Central está projetando o dólar em R$ 2,85 é porque a moeda deve mesmo se estabilizar em torno de R$ 3.
Não é boa notícia só para quem exporta, lembra, mas também para quem produz no Brasil. O dólar em órbita freia as importações e deve gerar aumento de demanda para a indústria nacional. Ficou cor-de-rosa demais? De vez em quando, a gente merece.