Sob a proteção do sigilo bancário, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, contornou perguntas nas comissões de Assuntos Econômicos (CAE) e de Infraestrutura (CI) do Senado ontem. Foi ouvido sobre possíveis conexões entre empréstimos do BNDES e a investigação da Operação Lava-Jato.
- Se não cumprimos a lei e revelarmos (a informação), seremos potenciais objeto de uma ação, processo judicial ou multas - afirmou Coutinho.
Para combater suspeitas que cercam financiamentos e outras operações do BNDES, o melhor remédio é a transparência. Há uma barafunda entre fatos e imaginário coletivo. Mas a resposta não é a oferecidanesta terça-feira pela instituição, depois da audiência no Senado, por meio de uma ferramenta online que cruza dados. É preciso dar clareza a critérios usados para dispor de um grande volume de dinheiro público. Coutinho tem currículo a seu favor. É um dos poucos personagens que sai bem dos relatos de bastidores da ascensão de Eike Batista no livro Tudo ou Nada, da jornalista Malu Gaspar. Em vários relatos, interlocutores relatam que Coutinho não cedeu a sucessivas pressões de Eike por "tratamento especial". Agora, tem o dever de sustentar essa imagem.