Após seis altas consecutivas - em todos os seis pregões do mês de março -, o dólar voltou a fechar em queda nesta terça-feira. Depois de encostar em R$ 3,16 na máxima do dia, a moeda americana reverteu os ganhos e caiu 0,82%, cotada a R$ 3,1040 na venda. Por outro lado, a bolsa de valores brasileira não conseguiu sair do vermelho e, puxada pelo desempenho ruim das ações da Petrobras, registrou a quinta queda seguida - o Ibovespa caiu 1,80%, aos 48.293 pontos.
Nos últimos cinco pregões o Ibovespa, índice que reúne ações das principais empresas brasileiras, acumula queda de quase 6%. No ano, o índice também está no vermelho, com baixa de 3,43%.
O mercado segue com alta volatilidade em meio às incertezas políticas fomentadas pela divulgação da primeira lista de políticos que serão investigados na Lava-Jato e ao distanciamento do Palácio do Planalto com o Congresso. A percepção de analistas é de que, com o clima instável, ficará mais difícil para a presidente Dilma Rousseff aprovar medidas de ajuste fiscal necessárias para colocar as contas públicas em ordem e recuperar a credibilidade do país diante dos investidores.
Somam-se a esses fatores o péssimo momento da economia brasileira - de acordo com analistas consultados pelo Banco Central na pesquisa semanal Focus, o Produto Interno Bruto deve fechar 2015 com retração de mais de 0,5% - e á expectativa de que os Estados Unidos voltem a aumentar suas taxas de juros básicos, o que poderia influenciar a saída de capital hoje aplicado no Brasil para os EUA.
A queda do dólar registrada nesta terça pode ser atribuída a um momento de respiro dos investidores à espera de novidades nos cenários político e econômico. Contudo, a tendência entre analistas é de que a moeda suba ainda mais em relação ao real.