O ciclo de alta da Selic não chegou ao fim com a alta de 0,5 ponto percentual (de 11,75 para 12,25% ao ano) anunciada nesta quarta-feira. Entre especialistas, é unânime a expectativa de pelo menos mais uma elevação do juro no início de março e talvez outra no final de abril, na terceira reunião prevista do Comitê de Política Monetária (Copom) em 2015. Com isso, a taxa encerraria o ano entre 12,75% e 13%.
Na Tendências Consultoria, a projeção é de uma nova alta de 0,5 ponto percentual na próxima reunião dos diretores do Banco Central (BC) e mais 0,25% em abril, com maior possibilidade de a taxa ficar estável até o final do ano em 13%.
- Mas pode acontecer de o juro ser reduzido ao final do ano - pondera Alessandra Ribeiro, sócia da Tendências.
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Como prosseguirá ao longo do ano a pressão dos preços administrados, principalmente energia, o professor de finanças do Ibmec do Rio Gilberto Braga vê poucas chances de redução do juro ainda em 2015.
- Acredito que somente em 2016. Este ano é de ajuste - diz Braga, que aposta na Selic encerrando o ano a 13%.
Para o economista Antonio Madeira, da LCA Consultores, o Copom deve encerrar o ciclo de alta do juro em março, com taxa de 12,75% que tenderia a se manter até o final do ano. Autor de projeções um pouco mais pessimistas para a inflação em 2015, ele não considera qualquer chance de o BC começar a baixar a Selic ainda neste ano.
- Reduzir o juro, só em 2016 - prevê Madeira.
Mais cético ainda com relação ao tema está o professor de economia do Insper Otto Nogami:
- Enquanto não for consertado o estrago feito na economia nos últimos quatro anos, não há perspectiva lúcida de queda do juro, ainda mais se queremos buscar o crescimento sustentado. Então, a queda da Selic fica para 2016, quiçá 2017.