É mais do que estratégico para o governo obter a manutenção do polo naval do Jacuí, que corre risco diante da crise vivida por uma de suas principais empresas - a Iesa. Bem envolvido no assunto, o governador Tarso Genro determinou, inclusive, que o caso seja tratado só por ele ou pelo secretário do Desenvolvimento, Mauro Knijnik.
O secretário já avançou nesta segunda-feira nas negociações para viabilizar o projeto em Charqueadas, que prevê entrega de 24 módulos para plataformas de petróleo, contrato de US$ 800 milhões da Iesa com a Petrobras. Recebeu o presidente da Inepar (grupo controlador da empresa), Cesar Fiedler, e o diretor Fleury Pissaia, quando cobrou definição para se resolver a crise. A produção parou por uma semana e há atraso no pagamento dos funcionários e dos fornecedores, entre outros reflexos.
Os executivos prometeram uma solução em no máximo 60 dias.
O governo interveio argumentando que o melhor e "mais rápido" seria encontrar um parceiro para o projeto, não um sócio para a empresa, o que certamente demandará bem mais tempo.
Sobre os atrasos nos pagamentos devidos, os dirigentes lembraram que também a companhia tem valores a receber da estatal relativos a outros contratos em execução. Desde a semana passada, a Petrobras determinou uma espécie de coadministração nas contas da Iesa, conhecida como conta vinculada, a partir da qual são definidos em conjunto os pagamentos a fazer. O temor é de que os atrasos aqui influenciem o projeto maior de alta da produção nacional de óleo e gás.
Nesta segunda, os trabalhadores procuraram o governo, preocupados não só com os atrasos, mas também com a falta de depósito do FGTS e o adicional de risco, assunto que também trataram depois com a Iesa.