O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, negou que o fato de o Brasil estar registrando picos recordes de consumo de energia tenha provocado o apagão da última terça-feira.
- Não há relação com isso. Não há nenhuma linha de transmissão operando fora do limite - afirmou Chipp, lembrando que as termelétricas estão em operação neste momento, o que reduz o estresse sobre a transmissão.
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Na última terça-feira, o país registrou recorde no consumo de energia às 14h02, um minuto antes dos dois curtos-circuitos quase simultâneos que derrubaram o trecho Miracema (TO) - Colinas (TO) da Interligação Norte - Sudeste. Isso deixou 6 milhões de pessoas sem energia em 13 Estados do País, além do Distrito Federal.
- Descartamos completamente que houve sobrecarga - reforçou Chipp, repetindo o que declarou na terça-feira passada.
Além da sobrecarga, Chipp também descartou que a causa do apagão foi uma falha humana. Contudo, o operador admitiu que uma das hipóteses em avaliação é a de que um raio tenha provocado os dois curtos-circuitos.
- É uma das hipóteses. Temos que verificar com os institutos especializados se haviam descargas no momento. Eles têm como identificar isso - comentou.
Sobre as condições de abastecimento de energia, Chipp afirmou que o ONS está focando no curto prazo para administrar o sistema durante esse período de escassez.
Apesar das condições mais adversas, Chipp comentou que os reservatórios do subsistema Sudeste/Centro-Oeste, o mais importante do país, ainda têm uma margem de segurança para aguentar a demanda do sistema até as chuvas ocorrerem.