O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, disse nesta sexta-feira, no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, que a expansão de cerca de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro não é suficiente. Apesar disso, Tombini defendeu a condução da economia e destacou que ainda há espaço para crescer, especialmente na oferta de produtos manufaturados.
- Não foi bom o suficiente. Temos de fazer mais, ir adiante. O governo tem uma ampla gama de áreas para atuar no que se refere à oferta. Temos uma ampla agenda em infraestrutura - aeroportos, grandes jogos em breve, ênfase em educação, em agenda pró-crescimento e de oferta. Estamos muito bem organizados nessa direção", acrescentou Tombini.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), houve expansão de 2,2% do PIB brasileiro no terceiro trimestre de 2013, na comparação com 2012.
Ao ser questionado sobre o fato de o Brasil ter tomado as medidas estruturais necessárias para fazer funcionar a política monetária e sobre uma possível má interpretação em relação ao robustecimento da economia brasileira nos últimos anos, o presidente do BC defendeu o governo e explicou que o cenário é positivo.
- Estamos próximos do pleno emprego. Para ir adiante, precisamos de nova fonte de crescimento para o Brasil. Do lado da demanda, vemos melhores condições para a indústria - disse, ao citar a redução de 10% nos custos do setor no ano passado, por meio das desonerações em folhas de pagamento, dos incentivos fiscais, da redução do preço da energia e diminuição das taxas de juros.
Tombini participou do painel "O Futuro da Política Monetária", ao lado do presidente do Conselho do Banco Nacional da Suíça, Thomas J. Jordan, do ministro das Finanças do Reino Unido, George Osborne, e do presidente do Banco do Japão, Haruhiro Kuroda.