O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, confirmou que, onde a frequência já estiver totalmente ocupada, o governo pretende liberar a faixa dos canais analógicos de TV 5 e 6 para as rádios AM, assim que concluída a digitalização do sinal de TV.
Segundo Bernardo, haverá uma linha de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para que as rádios com frequência AM consigam adquirir os equipamentos necessários para passar a transmitir em FM. O ministro participou da solenidade de assinatura do decreto de migração das rádios. O decreto atende a pedidos do setor, preocupado com o aumento dos níveis de interferência.
Dilma relembrou programas da Rádio Nacional que ouvia na infância, de vozes e artistas que fizeram sucesso no veículo de comunicação. Segundo a presidente, seu programa semanal no rádio, o Café com a Presidenta, permite chegar mais perto da população, como uma conversa. Antes da cerimônia, na conta no Twitter, Dilma escreveu que a migração das rádios AM para FM significará mais qualidade de transmissão com menos ruídos e interferências, permitindo às emissoras de rádio ampliar a audiência.
- Sou fã de rádio. Cresci ouvindo radionovelas e por muito tempo testemunhei como o rádio foi o eixo da integração da cultura e da identidade nacional - disse Dilma.
A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) estima que 90% das 1.784 emissoras AM passem a operar na faixa FM. Segundo o presidente da Abert, Daniel Slaviero, 'a assinatura do decreto é o fato mais relevante para o rádio AM nos últimos 50 anos'. Conforme Slaviero, o custo da migração para as rádios, na compra de equipamentos, será de aproximadamente R$ 100 milhões. O executivo reiterou a necessidade da migração antes de partir direto para a rádio digital:
- Por muito tempo acreditamos que a solução seria a digitalização, mas os testes demonstraram que as dificuldades no AM digital são similares ao analógico. Somente transmitindo na faixa de FM que seremos sintonizados pelos mais de 160 milhões de aparelhos celulares que têm rádio, sem custo algum para o usuário. Essa é a importância da medida.
O presidente da Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abratel), Luiz Cláudio da Silva Costa, também participou do evento.