Faz dois anos que Fabíola Jeronymo, 44 anos, abandonou um hábito que a tornava contribuinte assídua do fisco. Ao apagar o último cigarro no cinzeiro, para prevenir futuros males à saúde, deixou de gastar 80% em taxas. O tabaco é um dos campeões nacionais em tributos, ao lado da cachaça, da caipirinha pronta e dos perfumes importados.
Porto-alegrense estabelecida em Curitiba, Fabíola livrou-se do fumo, mas paga duas vezes mais impostos do que em 2003. Ao crescer profissionalmente - é compradora de uma distribuidora de alimentos, no ramo de food service, em Pinhais -, passou a consumir mais e a desfrutar de confortos que antes não tinha. Comprou uma camioneta Tucson, almoça e janta quase diariamente em restaurantes.
- Adoro comer fora - diz ela, que está solteira e prefere não cozinhar em casa.
Também investiu na carreira. Especializou-se em marketing e negócios, em Porto Alegre e São Paulo, onde morou por um tempo. Se em 2003 andava com o orçamento mais controlado, hoje pode estudar inglês com professor particular, frequentar aulas de pilates e fazer terapia regularmente.
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Fabíola sempre viajou, mais a trabalho, por vezes curtindo férias. Nos últimos anos, ampliou a frequência em voos internacionais, cujos bilhetes têm 22,32% de impostos. Em média, embarca quatro vezes por ano para destinos nos Estados Unidos e na Europa. No ano passado, visitou o Texas e a Flórida.
Em uma década, o peso dos impostos foi 16% maior do que o da inflação
Nos périplos ao Exterior, Fabíola roda o cartão de crédito como qualquer turista, sem culpas, mas atenta à cobrança de 6,38% do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Foi assim nos 25 dias pela França, tendo por base Paris - uma das incursões mais emocionantes para ela.
- Foi maravilhoso, valeu a pena cada momento - destaca a executiva, que trouxe na bagagem inúmeros mimos e a indefectível fotografia posada diante da Torre Eiffel.