Iniciada em 8 de maio, a Operação Leite Compen$ado continua investigando produtos fabricados no Rio Grande do Sul que estejam sujeitos a adulterações. A apreensão de um lote de leite da marca Batavo contaminado com formol, no Paraná, semana passada, reforça que a vigilância não pode afrouxar. O produto foi industrializado na cidade gaúcha de Teutônia.
O promotor de Defesa do Consumidor do Ministério Público Estadual, Alcindo Bastos da Silva Filho, confirmou ontem que indústrias de leite seguem sob investigação. Sobre o caso do lote da Batavo, abriu inquérito ainda na sexta-feira. É a oitava marca a apresentar contaminação.
Dona da Batavo, a BRF procurou o promotor Alcindo, ontem, prontificando-se a esclarecer a situação. Segundo a Vigilância Sanitária do Paraná, o lote com fraude é de leite desnatado rico em cálcio, fabricado em 28 de fevereiro e com validade até 28 de junho.
O vice-presidente de assuntos corporativos da BRF, Wilson Mello, assegurou que a empresa vai esclarecer o ocorrido. Após a divulgação, a BRF analisou o lote da Batavo, mas não encontrou irregularidades. Mello pediu a realização de uma contraprova.
- Posso garantir que 100% do leite que entra na indústria é testado para detecção de formol - disse.
A BRF retirou o lote do mercado, em Curitiba. Como o produto já estava com o prazo de validade quase vencendo, não havia muitas unidades disponíveis. A empresa informou que o lote sob suspeita não foi vendido no Rio Grande do Sul.
Ontem, a Secretaria da Agricultura oficializou as normas que passarão a regular o segmento do leite, nas indústrias sob fiscalização estadual. As medidas são as mesmas que as empresas sob inspeção federal já cumprem.
Segundo a coordenadora da Divisão de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa) da secretaria, Angela Antunes de Souza, 55 indústrias deverão se adequar às regras. Os requisitos incluem testes sobre a qualidade do leite. Também preveem que transportadores sejam credenciados e treinados pela indústria.