Ambiente tranquilo, comida saudável e preço baixo é o que o cliente procura na hora de comer fora de casa. Mas a praticidade ainda pesa na decisão. Na hora de escolher onde comer, a facilidade de um restaurante perto do local de expediente é determinante para os juízes do trabalho Carlos Busatto e Rodrigo Jahn e o servidor público Alexandre Garcia. Mesmo preferindo um ambiente mais silencioso, os três colegas acabam invariavelmente optando pela praça de alimentação de um movimentado shopping da Capital.
De acordo com a pesquisa Comer Fora em Porto Alegre, realizada pelo Sebrae-RS, a rotina deles não é exceção: o porto-alegrense prefere um ambiente tranquilo, comida saudável e preço baixo. A praticidade pesa muito na decisão de onde almoçar.
Com a finalidade de auxiliar os profissionais do segmento, o estudo que mapeou os hábitos de alimentação dos porto-alegrenses mostrou que o almoço é a refeição mais realizada fora de casa: são 3,35 por semana. A rotina intensa e a distância de casa são as principais motivações para a ida a restaurantes.
A pesquisa mostrou também que o cardápio muda conforme o dia. Enquanto nos fins de semana o prato preferido é o tradicional churrasco, durante os dias de trabalho a escolha mais comum é a comida trivial, o velho arroz e feijão, seguidos de perto por saladas e legumes.
A alimentação saudável é outra preocupação do consumidor. A turma de amigos faz coro.
- Estou controlando meu peso. Também evito comer algo muito pesado, pois prejudica o desempenho no trabalho durante a tarde - afirma Busatto.
- O melhor lugar é aquele em que a comida é saborosa e não há filas - completa Jahn.
Enquanto os dois optaram por uma salada, Garcia escolheu algo menos saudável. Mas explica:
- Geralmente, de nós três, sou eu o mais preocupado com a saúde, mas tenho uma vez por semana o que chamo de dia do lixo, que é quando me permito comer algo menos nutritivo.
Segundo Roger Klafke, gerente de projetos do Sebrae-RS, é justamente a preocupação com a saúde que faz a comida japonesa ser popular.
Enquanto a praticidade é o que mais importa na hora do almoço, os jantares e os finais de semana ganham contornos de socialização e descontração. E isso se reflete no quanto o consumidor gasta. O valor médio atual de um jantar no dia de semana é R$ 34,70, o dobro do gasto médio no almoço, que é R$ 17,50. Os dois valores são quase 24% a mais do que o consumidor gostaria de pagar.
A preocupação com o preço faz sentido. Na Capital, o gasto com alimentação fora de casa subiu 8,74% em 2012, acima do índice oficial da inflação, o IPCA, que foi de 5,84%.
Conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em dezembro de 2012, a alimentação fora de casa pesou 8,07% no orçamento das famílias.
O que se come em cada refeição:
Almoço
Comida trivial (arroz/feijão): 76%
Saladas e legumes: 70%
Carne de frango: 57%
Lanches
Sucos e salada de frutas: 56%
Lanches de padaria: 51%
Lanches tradicionais: 48%
Jantar
Pizzas: 68%
Massas: 62%
Saladas e legumes: 57%
Fins de semana
Churrasco: 65%
Massas: 62%
Saladas e legumes: 59%
Fonte: Sebrae