O resultado do Produto Interno Bruto (PIB) divulgado nesta sexta-feira pelo IBGE reforça a expectativa do mercado de um crescimento modesto no ano: de 1,5% a 2%, conforme especialistas.
O número indica que a economia do Brasil cresceu 0,4% no segundo trimestre de 2012. O resultado foi um pouco superior ao 0,1% de crescimento do trimestre anterior.
- A economia está num processo de crescimento muito lento. Para mudar esse ritmo em curto prazo, seria necessário um pulo espetacular. Porém, não há sinais concretos para isso - argumenta Marcilio Marques Moreira, ex-ministro da Fazenda.
Para Marcilio, o país precisa pensar em médio e longo prazo, para deslanchar as obras de infraestrutura, por meio das concessões de portos, aeroportos, rodovias e hidrovias, e atrair capital estrangeiro.
- O momento é difícil, é preciso coragem física. Essa incerteza de cenário leva ao retardamento de investimentos - completa o ex-ministro, projetando uma expansão abaixo de 3% para o próximo ano.
O resultado ruim da indústria continua sendo justificado pelo câmbio desfavorável, especialmente nos segmentos exportadores.
- A confiança dos empresários está baixa, boa parte por conta da desaceleração global da demanda gerada pela crise na Europa e nos Estados Unidos - explica Leandro Oliveira, economista da MCM Consultores Associados.
Mesmo assim, Oliveira aposta numa melhora de cenário no segundo semestre, com a prorrogação de incentivos, e para o próximo ano, com aumento da taxa de investimentos puxada por obras de infraestrutura.
Indústria caiu e agropecuária puxou aumento
Comparado ao segundo trimestre de 2011, o PIB da indústria caiu 2,4%. Nos primeiros seis meses deste ano, o PIB da indústria recuou 1,2% ante o primeiro semestre de 2011.
O PIB de serviços registrou avanço de 0,7% no segundo trimestre de 2012 em relação ao primeiro. Na comparação com o segundo trimestre de 2011, o PIB de serviços mostrou alta de 1,5%. Já no primeiro semestre deste ano, o PIB de serviços subiu 1,5% ante o primeiro semestre do ano passado.
A agropecuária reverteu o primeiro trimestre ruim, em uma recuperação calcada nas lavouras de café, milho e algodão. O setor cresceu 4,9%, o maior aumento registrado.