Economia

Economia

Cresce pressão por novo cálculo de aposentadoria

Votação de proposta que substitui fator previdenciário depende de acordo

Caio Cigana

Enviar email

Depois do retorno ao trabalho ontem no Congresso, parlamentares e sindicalistas prometem fazer barulho para pressionar pela votação, até o dia 10, do projeto que muda o cálculo de aposentadoria para os trabalhadores hoje na ativa.

A proposta acaba com o fator previdenciário, cálculo que diminui o valor do benefício principalmente para quem se aposenta cedo.

Saiba mais sobre a fórmula 85/95

Criado em 1999, o fator previdenciário incentivaria as pessoas a retardar a aposentadoria para contribuir por mais tempo e alcançar um benefício maior. O resultado, entretanto, não foi o esperado, e a redução de valores deu início a uma série de pressões pela troca do cálculo.

Uma das possibilidades para substituir o atual índice é a chamada fórmula 85/95, que garante aposentadoria pelo valor integral a trabalhadores cuja soma entre idade e tempo de contribuição chegar a 85 anos, no caso das mulheres, e 95 anos, no caso dos homens. A proposta, que inicialmente não agradava ao governo, agora é admitida pelo Planalto. Segundo o deputado Ademir Camilo (PSD-MG), relator do projeto, o presidente da Câmara, Marco Maia, disse ontem que ainda aguardava uma contraproposta do governo para tentar fechar acordo sobre a votação:

- O prazo limite para negociar é 10 de agosto. Se não fizermos pressão, o governo só empurra com a barriga.

Para a presidente do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP), Jane Berwanger, a fórmula 85/95 traria mais segurança e facilitaria a compreensão dos beneficiários.

- Na fórmula atual, as pessoas não entendem como se chegou ao valor da aposentadoria. E na proposta do fator 85/95 a grande diferença é que a expectativa de sobrevida cai como um dos critérios - argumenta.

Entre os opositores do fator 85/95, o temor é de um desequilíbrio futuro nas contas da previdência, por assegurar benefícios mais altos no momento em que a população brasileira começa a envelhecer. O economista Fabio Giambiagi, especialista em contas públicas e previdência, classifica como "loucura" a proposta de alteração.

- Não consigo acreditar que o Ministério da Fazenda aceite isso. Os efeitos vão começar a ser sentidos daqui a 20 anos. É uma medida grega. A Grécia não chegou a essa situação da noite para o dia. Foram anos de irresponsabilidade - alerta.

GZH faz parte do The Trust Project
Saiba Mais
RBS BRAND STUDIO

Chamada Geral 2ª Edição

16:30 - 17:30