Para analistas de mercado, o maior impacto na queda das ações das operadoras atingidas com a decisão da Agência Nacional de Telecomunicações de suspender as vendas de habilitações para celular e internet de TIM, Claro e Oi em diversos Estados ocorreu ontem. Mesmo que o anúncio oficial tenha sido feito depois do fechamento do pregão na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), investidores já estavam agindo a partir de informações divulgadas em sites e por agências de notícia. A ação da TIM (ordinária) recuou 2,77% e as da Oi, 4,47% (preferencial) e 2,24% (ordinária). A Claro não é negociada em bolsa.
- Ainda terá um efeito, mas a maior retração já ocorreu - diz Débora Morsch, gestora de recursos da Sólidus Corretora.
Os papéis da TIM e Oi vinham em um bom desempenho em 2012. Enquanto a Bovespa registra queda de 5% no ano, a TIM apresentou valorização de 23% até 30 de junho e a Oi, de 6% no mesmo período.
- A Oi avançou nos últimos dias com a informação de distribuição de dividendos em agosto - afirma Débora.
No jargão do mercado de capitais, os títulos das duas operadoras têm liquidez, ou seja, são bem negociados na Bovespa. A TIM é a 25ª mais negociada - em parte, fruto de investimento anunciados - e a Oi vem uma posição atrás, sendo favorecida pela unificação dos papéis entre as diferentes empresas de telefonia que formam a empresa.
Na avaliação da gestora de recursos, quem tem ações das operadoras não deve sair vendendo em um primeiro momento:
- É um setor que reage, porque há muita procura por celulares e internet. Além disso, as empresas têm interesse de investir.
O economista Ricardo Guerses, diretor do Acionista.com.br, acrescenta que agora fica difícil considerar a compra desses papéis no curto prazo:
- O desempenho das ações vai depender das soluções que as empresas vão apresentar.
Guerses sugere observar como o mercado abrirá antes de investidores decidirem por negociar papéis que tenham em mãos. O economista acrescenta que os resultados financeiros das empresas não devem sentir tão logo o efeito das medidas restritivas da Anatel.