Agricultores do noroeste do Estado que cultivaram variedades de soja super precoces estão iniciando a colheita da oleaginosa. O processo, que teve de ser antecipado devido à falta de chuvas, apenas confirma os prognósticos feitos anteriormente: diminuição drástica na produção em relação à safra anterior e grão com menor qualidade.
Nos 25 hectares plantados na metade de outubro, o agricultor Eduardo Buzzatti, de Pejuçara, amarga perdas que ultrapassam os 90%. Cada hectare de lavoura colhida rende, no máximo, sete sacos do grão, o que não cobre nem mesmo os custos da produção.
- Para cobrir as despesas seria necessário colher 25 sacos. Nesta mesma área colhi, no ano passado, mais de 60 sacas. A expectativa para este ano era até um pouco superior do que na safra passada, já que o manejo de solo foi de uma agricultura de ponta - conta Buzzatti.
Além de a variedade ser super precoce, a colheita teve de ser antecipada em razão da falta de chuva, que diminuiu a estatura das plantas e fez com que a soja não cumprisse o ciclo de desenvolvimento.
- O grão estava maturando e se não fizesse a colheita agora a perda só iria aumentar. Ficamos praticamente 60 dias sem chuvas significativas - completa o agricultor.
Grão apresenta redução de aproximadamente 13% no índice de óleo
Cultivada principalmente por quem planta para obtenção de sementes, a soja precoce que começa a ser colhida nesta safra apresenta estatura e qualidade inferiores ao normal, o que acaba por diminuir o percentual de óleo extraído do grão.
- Estimamos que o percentual de óleo esteja em torno de 30% nestas variedades, quando o normal é 43% - explica Paulo Zambra, técnico da Emater.
A entidade sequer contabiliza a colheita no Estado.
- É uma área muito pequena e que ocorre em pontos bastante isolados. Ocorre realmente onde a seca foi mais forte - afirma Dulphe Pinheiro Machado Neto, gerente técnico estadual da Emater.