Meses após a maior tragédia climática enfrentada pelos gaúchos, o sentimento e as ações estão voltados para a reconstrução do Estado. No setor elétrico não é diferente. A CEEE Equatorial implementou uma série de iniciativas, desde o primeiro momento, que fazem parte do projeto "Energia Para Reconstruir – Eficiência Energética Para a População Impactada pela Enchente".
Além de investir R$1,7 bilhão desde sua chegada ao Estado, foi criado um plano contínuo de manutenção da rede elétrica que está sendo realizado diariamente. A partir da calamidade, já foram trocados mais de 60 mil medidores de energia elétrica que ficaram danificados pela enchente, sem custo algum para os clientes.
Junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a companhia destinou recursos regulados para ações emergenciais, atendendo às necessidades urgentes das populações afetadas. Mais de R$10 milhões foram destinados para distribuir aproximadamente 13,5 mil lâmpadas de LED, 2,7 mil refrigeradores e 2,7 mil chuveiros a 2,7 mil famílias gaúchas dos nove municípios mais atingidos na área de concessão da distribuidora.
O superintendente Regional da CEEE Equatorial, Sergio Valinho, comenta que o impacto das chuvas exigiu uma série de manobras em campo e, muitas das vezes, até a construção de trechos de rede para permitir criar alternativas de atendimento aos clientes.
– Fizemos uma operação conjunta com técnicos e engenheiros que ficaram dedicados a esse trabalho. Contamos também com o apoio de vários colaboradores vindos de outras áreas de concessão, como também do Grupo Equatorial do Pará, Alagoas, Maranhão e de Goiás – salienta.
Além disso, a CEEE Equatorial recebeu o reforço técnico e de equipamentos de outras empresas do setor elétrico de todo Brasil. Durante a enchente, as equipes técnicas da empresa monitoraram, 24 horas por dia, áreas alagadas ou inacessíveis para garantir o religamento seguro e gradual do fornecimento de energia elétrica.
– Foi preciso aprimorar as operações com a chegada de 65 geradores de outros Estados do país para garantir o fornecimento emergencial de energia – pontua.
Também foi necessário reforçar as equipes com mais de 150 eletricistas, técnicos e engenheiros, incluindo especialistas em redes subterrâneas, para apoiar na reconstrução do sistema elétrico.
Para ter uma amplitude do que foi desenvolvido de atendimento ao cliente e investimentos em infraestrutura, o superintendente Comercial da CEEE Equatorial, Sérgio Oliveira, dá detalhes de como foi e como está sendo essa força-tarefa. Confira:
Como foi a atuação da empresa desde os momentos iniciais da enchente?
Foi um evento extremamente difícil, de grandes proporções. Poucas pessoas vivenciaram algo tão crítico no Estado, somente na década de 1940. Primeiramente, tivemos cuidado com as pessoas. A nossa força de trabalho foi muito impactada. Tivemos vários colegas, não só da CEEE Equatorial, mas de empresas parceiras, desabrigados. Criamos uma linha de apoio muito forte, em vários aspectos, desde prover locais para essas pessoas se abrigarem a recursos para que conseguissem se sustentar durante esse período.
Em paralelo, percebemos a necessidade de dar uma resposta à sociedade diante deste momento. Já no dia 1º de maio, suspendemos completamente qualquer ação de cobrança aos clientes. Posteriormente, a Aneel regulamentou, por meio de uma resolução, mas isso só foi divulgado em 20 de maio.
As pessoas que já estavam negativadas em um período anterior e, por conta desta calamidade, não conseguiram pagar, suspendemos esta negativação para que não tivessem nenhuma dificuldade para obter, por exemplo, um crédito ou um financiamento.
Suspendemos também a cobrança de qualquer moratória para os clientes que pagassem as contas depois do vencimento. Sabíamos que era um momento muito difícil e entendemos que essas ações mitigariam um pouco esses impactos na população.
Outro ponto que teve impacto muito forte para o cliente é o faturamento das contas de energia. Ao todo foram mais de 240 mil unidades consumidoras afetadas, sendo muito concentrada em Porto Alegre, Eldorado, Guaíba, e com menor proporção, na região Sul, como Pelotas, Rio Grande, São Lourenço do Sul e São José do Norte.
Como foi este momento de reformatação da companhia devido aos impactos da enchente?
Sempre procuramos ajudar os nossos clientes de várias maneiras possíveis. Por exemplo, a Defensoria Pública pediu para participarmos de eventos com eles, porque havia a necessidade das pessoas terem um apoio para juntar todos os documentos que eram precisos para solicitar os benefícios sociais, sendo que um deles era o comprovante de residência.
No mês de junho, a nossa atendente virtual, a Clara, ganhou uma funcionalidade para que o cliente obtivesse a segunda via da sua fatura por meio do WhatsApp. Isso tornou mais cômodo e prático juntar um comprovante de residência para obter os benefícios sociais. Só para se ter uma ideia, foram quase 50 mil segundas vias emitidas entre junho e agosto.
Um outro ponto foi a criação de uma nova agência de atendimento, pois perdemos a que tínhamos no centro de Porto Alegre, próxima ao Muro da Mauá. Para isso, antecipamos um projeto nosso de uma agência na Zona Sul. É uma forma de darmos mais atenção e amplitude aos nossos canais de atendimento e, assim, adotar ações de amparo às pessoas.
Em modo geral, nos preocupamos muito em colocar nossa estrutura não só dentro daquilo que é nossa atividade, que é distribuição de energia, mas, sim, colocar nossa estrutura para apoio.
Diversos caminhões da companhia atuaram na região do bairro Humaitá e do 4º Distrito, no socorro à população, retirando-a de áreas alagadas. Também organizamos um Pix solidário e estabelecemos uma meta de R$500 mil de doações. Como foi atendida, dobramos o valor e conseguimos arrecadar R$1,1 milhão. Isso possibilitou a compra de mais de quatro mil colchões, 720 travesseiros e lençóis e 600 cobertores para as comunidades afetadas.
No fim das contas, era necessário agir no que fosse possível, não só naquilo que é a nossa atividade. Tínhamos uma obrigação moral, e procuramos fazer isso.
E quais são as ações de retomada que a CEEE Equatorial tem pela frente?
É seguir investindo e atuando muito forte para mantermos o fornecimento de energia estável, com qualidade e confiabilidade. Isso, aliado à muita responsabilidade social e ambiental, porque a energia elétrica é um setor de desenvolvimento do Rio Grande do Sul. Leva emprego, renda, educação, cultura, saúde e inclusão social. É primordial para o Estado caminhar e se desenvolver, ainda mais nesse contexto de retomada.
A nossa atuação também está em ações de manutenção da nossa rede, que foi muito afetada. Muitas áreas ficaram por vários dias alagadas e desligadas por segurança, não por defeito. Temos um robusto plano de manutenção e de recursos que temos realizado nos últimos dois anos. Com a nossa chegada ao Rio Grande do Sul, foi mais de R$1,7 bilhão investido.
Já em relação à atenção aos clientes, vamos continuar aprimorando os nossos canais de atendimento, para que tenham as suas demandas sanadas. Na retomada das ações de cobrança, estamos tendo muito cuidado.
No mês de agosto, tivemos atenção na geração da fatura com a leitura efetiva, com a cobrança de consumo real do cliente. A partir da fatura do mês de setembro, vamos cobrar dos clientes de forma parcelada em seis vezes, sem nenhum tipo de acréscimo, as faturas que não foram emitidas neste período. Isso é uma forma de não onerar uma despesa extra nesse momento de recuperação do Estado e de continuar apoiando a sociedade neste período de reconstrução.