Nos últimos anos, as iniciativas de ESG (sigla em inglês para práticas ambientais, sociais e de governança) ganharam força em empresas no mercado nacional e global. Um estudo realizado pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje) mostra que, atualmente, 95% das companhias brasileiras já contam com ações do tipo em suas agendas corporativas – 67% delas com estrutura formal para acompanhamento e gestão dessas questões.
A CMPC, uma das maiores empresas de celulose e papel da América Latina, é um dos nomes que investe pesado em ESG. O diretor-geral da companhia no Brasil, Mauricio Harger, explica que a atuação na área é baseada em “3Cs”: Criar soluções inovadoras a partir da celulose; Conviver com as comunidades vizinhas promovendo iniciativas sociais voltadas à educação, geração de renda e qualidade de vida; e Conservar os recursos naturais, praticando a gestão ambiental adequada de todos os processos produtivos.
– Queremos influenciar positivamente a sociedade e mostrar que é possível investir em competitividade nos negócios ao mesmo tempo em que se promove desenvolvimento social e ambiental – destaca Harger.
Prova disso é que, recentemente, a empresa lançou uma campanha nacional com foco na adoção de ações sustentáveis no dia a dia e deu início ao projeto de bioeconomia BioCMPC. Trata-se de uma iniciativa com 31 ações ligadas à sustentabilidade e à modernização das operações na unidade industrial da companhia em Guaíba.
As medidas se dividem da seguinte forma: nove delas estão relacionadas à implantação de novos equipamentos de controles ambientais e o repotenciamento de sistemas já existentes, oito estratégias são voltadas à gestão ambiental e 14 ações de modernização operacional vão transformar a planta da CMPC em Guaíba em uma referência nacional em sustentabilidade.
Uma das iniciativas mais importantes é a revisão e repotencialização do sistema de coleta de gases, que ficará mais eficaz. Com isso, a CMPC visa ter o sistema de tratamento de gases mais aprimorado do setor no país e se tornar um dos melhores do mundo. Outra questão importante é o desligamento da caldeira de força à carvão. A expectativa é que, após mudanças como essas, a capacidade produtiva do complexo aumente em aproximadamente 18%.
– A contribuição do BioCMPC vai muito além do processo industrial. Do ponto de vista econômico, a previsão é que sejam criados cerca de 7,5 mil novos postos de trabalho durante a execução das obras, que foram iniciadas em dezembro de 2021. Esperamos que 50% dos fornecedores sejam empresas locais, tornando o projeto não apenas um dos maiores investimentos em ESG do estado, mas também proporcionando uma grande geração de valor compartilhado com as cadeias produtivas nacionais – diz o diretor-geral.
O especialista ainda destaca que as comunidades vizinhas poderão perceber melhorias no cuidado com a natureza. Isso porque a CMPC vai lançar o Centro de Controle Ambiental, espaço de acompanhamento contínuo e em tempo real dos parâmetros ambientais no entorno da unidade. Assim, serão atendidos critérios e normas nacionais e internacionais relativas ao meio ambiente, tudo isso com equipe dedicada ao monitoramento corretivo e preventivo.