Ao fazer análise sobre o fornecimento de alimentos em 16 grandes redes de supermercados do mundo nos últimos dois anos, a Oxfam, organização dedicada à ajuda humanitária presente em 84 países, identificou que as mulheres envolvidas na produção ganham menos do que os homens, corroborando percepção identificada em outra pesquisa global, como publicou a coluna.
Em setores nos quais são a maioria da força de trabalho, como na produção de chá na Índia (veja acima), há grande diferença entre renda média e ganhos de um salário considerado digno.
O dado faz parte do relatório A Hora de Mudar e foi apresentado ontem (16), dia mundial da alimentação, em evento no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
– Essa invisibilidade se reflete nas políticas dos supermercados, e é por isso que advogamos para que adotem políticas específicas, preocupadas com o papel da mulher. Essa é uma das nossas principais recomendações – afirma Gustavo Ferroni, assessor sênior de políticas e incidência da Oxfam.
A pesquisa apontou ainda que, nos últimos 20 anos, redes europeias e americanas aumentaram a fatia sobre o preço final de produtos como café, laranja, banana, arroz, vagem e uva.
– Hoje, as grandes redes de supermercados são, para os 12 alimentos que analisamos, a parte que fica com a maior fatia, cerca de 34% do valor – afirma Ferroni.
Produção: Letícia Paludo