Agricultores de Morro Reuter estão investindo em uma lavoura colorida, perfumada e sustentável. É a lavanda, planta destinada à extração de óleo essencial utilizado em sabonetes e aromatizadores. Esta é a nova fonte de renda de Sidônia Füehr, que, com o apoio da filha Josela Füehr e do genro Gilson Schuhmacher, implantou 500 mudas que ajudarão a diversificar as atividades na propriedade. Hoje, a avicultura e os hortigranjeiros são o carro-chefe. A lavanda substituiu área de milho e a meta é implantar 1,5 mil pés da flor.
Sidônia plantou lavanda pela primeira vez em 1998. O projeto não foi adiante devido à difícil comercialização. Agora, com estímulo do município, a etapa deve ser vencida.
- Vamos tentar fazer todos crescerem juntos, de forma sustentável - diz o tecnólogo em gestão ambiental Mateus Hoffmeister, chefe do departamento de Meio Ambiente da prefeitura de Morro Reuter.
Já são 12 famílias plantando lavanda no município. O manejo é simples e tem uso mínimo de defensivos. Além de a planta gostar de sol e frio, explica o agrônomo da Emater Evandro Knob, o principal cuidado é a drenagem do solo. Um pé dura de quatro a cinco anos. Para dar origem a um litro do óleo são necessários 600 plantas. A cultura tem baixo custo e oferece remuneração seis vezes maior do que a do milho.
A química Yamara Eichner, diretora da Naturoils, empresa que trabalha com a extração do óleo, explica que um litro da matéria-prima vale hoje no mercado cerca de R$ 400, sendo que 50% deste valor fica com o produtor. Enquanto a oferta interna de planta ainda é restrita, a indústria segue usando óleo importado. A lavanda tem efeitos terapêuticos. Além de ser rica em cânfora, que promove sensação calmante, tem propriedades bactericidas e fungicidas.