A tradicional dobradinha "feijão com arroz" parece não ser mais a preferida do brasileiro. Pelo menos não tanto como anos atrás.
A queda no consumo per capita de arroz chegou a 15%, segundo dados do setor. E isso está pressionando os preços do produto no mercado interno.
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Com uma produção ainda extensa, a redução na compra do grão está fazendo com que o estoque esteja alto. Por consequência, prevalece a lei da oferta e da procura – quanto maior o volume em estoque, menor o preço para o consumidor.
Por isso, o desafio do arroz gaúcho é resumido em duas palavras: novos mercados. O assunto foi discutido, nesta segunda-feira (28), durante a abertura da 28ª Colheita do Arroz, na casa do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), durante a Expointer 2017.
A cerimônia, promovida pela Federação das Associações de Arrozeiros do Estado do Rio Grande do Sul (Federarroz), contou com a presença do governador José Ivo Sartori.
Para tentar equilibrar o preço do produto, além da exportação, os arrozeiros também reduziram a área de plantio neste ano. A expectativa da Federarroz é 5% a menos na cobertura das lavouras.
Na visão de representantes do setor, a adequação da oferta e demanda depende da venda além-fronteira de, pelo menos, 500 mil toneladas de arroz a mais do que na última safra.
A previsão da Federarroz, caso não fosse adotada a medida de diminuir a área plantada, é a de que o setor entraria em uma espiral negativa, similar aos anos de 2011 e 2012.
– O indicativo é que no final da atual safra 2016/2017, sobrou em estoque 1,4 milhão de toneladas no Brasil. Caso a área se mantenha, para o próximo período 2017/2018 deverá sobrar o mesmo volume, podendo resultar em estoque de passagem superior a 2 milhões de toneladas, volume extremamente nocivo ao setor produtivo – enfatiza Henrique Dornelles, presidente da entidade.
Conforme o Anuário Brasileiro do Arroz 2017, o consumo de arroz no Brasil vem caindo de forma drástica ano após ano. Nas últimas duas décadas, diminuiu em torno de 17%, passando de 60 quilos por habitante ao ano (entre 1989 e 1993) para 48,8 quilos por habitante ao ano (entre 2009 a 2013).