Relações de mulheres mais maduras com homens mais jovens estão em pauta. A novela das 21h da TV Globo, Um Lugar ao Sol, aborda o tema - Rebeca (Andrea Beltrão) se envolve com o jovem Felipe (Gabriel Leone) e tem de lidar com a contrariedade da irmã e da filha. Na segunda temporada de Emily em Paris (Netflix), Sylvie (personagem 50+ vivida pela atriz Philippine Leroy-Beaulieu) tem um romance com um fotógrafo na faixa dos 20/30 anos e ambos causam um "estranhamento" por onde passam.
A ficção faz um convite claro - vamos olhar para os nossos pré-conceitos? - e é reflexo da vida real. Donna ouviu as experiências de três casais que contam como driblaram preconceitos (inclusive, os próprios) e aprenderam a aproveitar o melhor de um relacionamento repleto de compreensão, amor e liberdade.
A seguir, conheça a história de Thaís e Pedro:
Um encontro fulminante
Com poucos minutos de conversa, no dia em que se conheceram, Thaís Medina, então com 38 anos, e Pedro Borda, na época com 24, tiveram a certeza de que um estaria na vida do outro para sempre. Só não sabiam ainda que seria como parceiros amorosos.— Foi um interesse imediato no sentido de “Uau, eu quero ficar perto dessa pessoa” — conta ela.
— Quando fui buscá-la no primeiro dia, vendo-a por trás do portão, só pelo estilo dela já soube que seria uma pessoa interessante — recorda ele.
Viraram a noite conversando. Cinco anos depois, a artista visual, de 43 anos, e o consultor de inovação, de 29, estão casados e vivendo em Barcelona, onde ela mora desde 2004. Como a Thaís, o Pedro (que é carioca e morava nos Estados Unidos) estava apenas passando um período na Capital quando, através de amigos em comum, em 2017, acabou tendo o destino mudado. Curiosamente, foi a própria mulher com quem Pedro saía na época que levou os dois a se conhecerem. Thaís também estava com alguém, mas nenhum dos dois relacionamentos demonstravam futuro.
Na medida em que essas histórias ficavam no passado, a amizade entre os dois só se fortalecia, mais pontos de conexão se estabeleciam e eles se sentiam cada vez mais pertencentes ao mesmo mundo.
— O que nos aproximou foi a afinidade de pensamento, a mente aberta, as conversas... O Pedro sempre me deixou à vontade — comenta ela.
Para mulheres que possam estar passando por isso, eu digo: o mundo é grande. Quem são os outros para dizerem o que pode e o que não pode? Tu queres ser feliz e os outros estão atrapalhando? Então ali não é o teu lugar. Não dá para pensar muito. Vamos viver o agora, essa é uma máxima real.
THAÍS MEDINA, 43
casada com Pedro, 29
— A Thaís ser mais velha não foi uma desvantagem, foi vantagem. A experiência de vida dela me chamou atenção. Encontrei uma equivalência mental, emocional, cultural, que nunca tinha achado antes — diz ele.
Pedro confessa que, no início, mas por pouco tempo, ficou inseguro. Pensava: “Quando eu tiver 60 anos, ela vai ter 74”. Assustava. Porém, quando se perceberam livres, com as histórias anteriores resolvidas e interesse real de ambos, se jogaram.
— Foi fulminante — diz ele. — Chegou uma hora que tomei a decisão: “Quero mais é ser feliz” — resume Thaís.
Para a família de Pedro, foi mais impactante, até porque ele nunca havia apresentado alguém como relacionamento sério.
— Não teve briga, escândalo, teve sorrisos amarelos — explica Thaís. — Foi preciso se acostumar — conclui ela, que afirma ter sido sempre bem-recebida.
Planos? Viajar, expandir profissionalmente, curtir a companhia um do outro. Ser mãe nunca foi um objetivo para Thaís. Tampouco Pedro quer ser pai. A pandemia foi um grande teste. Thaís teve covid e ficou muito mal. Pedro não saiu do lado dela:
— Se alguém te faz feliz, fique com esse alguém — aposta ele.
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