Mulheres que se relacionam com mulheres têm uma vida sexual mais feliz do que as heterossexuais. É o que mostrou um estudo divulgado pela agência governamental inglesa Public Health England.
O relatório, um apanhado sobre saúde sexual, foi finalizado em maio deste ano, mas segue repercutindo entre especialistas, profissionais da saúde e interessados no tema. Dentro do trabalho, foram analisadas diversas pesquisas relacionadas a recorrência de orgasmos entre homens e mulheres, de diferentes orientações sexuais.
Uma delas, divulgada pela publicação especializada The Journal of Sexual Medicine, mostrou que 75% das mulheres lésbicas atinge o orgasmo durante o sexo. Entre as heterossexuais, o índice não passa de 61%.
Para a sexóloga Lúcia Pesca, o resultado não é exatamente uma novidade. Segundo a especialista, estudos anteriores já mostraram que mulheres que transam com mulheres costumam ter mais prazer nas relações sexuais.
Uma das explicações levantadas por pesquisadores que trabalharam no estudo é o fato de as lésbicas terem mais familiaridade com o corpo feminino e, por isso, teriam mais facilidade de satisfazer suas parceiras.
– É claro que tem a questão de conhecer o corpo, da anatomia do feminino, que é mais familiar para quem é mulher também. É importante se conhecer para saber do que se gosta. Mas vou além: mulheres tendem a conhecer melhor o lado direito do cérebro, que a neurociência aponta que é a área responsável pela emoção, pelos sentimentos. O que isso significa? Mulher e mulher sentem de forma parecida. Com isso, o direcionamento do desejo fica mais compatível – explica a sexóloga.
Ela observa também que muitas mulheres heterossexuais relatam não chegar ao orgasmo com o parceiro e se frustram.
– Muitas mulheres se queixam disso no meu consultório. Quando questiono, elas dizem que têm muita expectativa em gozar com penetração. Mas a mulher precisa de outros estímulos além disso. Homem é mais tátil e visual, mais objetivo, normalmente. Já a mulher, para se excitar e ter prazer, precisa de outras coisas mais, que possivelmente outra mulher entenderia melhor – acrescenta.
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