Os holofotes estão mais uma vez voltados para a Miss Brasil Maria Brechane, gaúcha de Rio Grande que compete no 72º Miss Universo no próximo sábado (18). O concurso tem 90 misses na disputa pela coroa e será realizado na Arena José Adolfo Pineda, em San Salvador, capital de El Salvador. A transmissão está marcada para 22h, horário de Brasília, pelo YouTube do Miss Universe.
Desde o início de novembro, a gaúcha de 19 anos está em confinamento no país da América Central, e a despedida do Brasil foi em ritmo de festa. Durante o embarque no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, desfilou enrolada em uma bandeira do Brasil, sambou com passistas e fez bonito dançando músicas da tradição gaúcha – herança de uma infância em CTG – como Pezinho e Nossa Vanera, acompanhada de uma invernada.
Ao longo desta semana, Maria conversou com Donna, em áudio, sobre as expectativas para a grande final:
— Esperem muita autenticidade, 100% de quem a Maria é e dessa versatilidade que eu carrego. Sou moderna, clássica, elegante, descontraída nos meus looks, uma pessoa superleve durante o confinamento que está aproveitando cada um dos momentos. É o sonho de uma vida, então tem que ser aproveitado em cada um de seus momentinhos – afirma.
Maria tem o desafio de quebrar o longo jejum de 55 anos sem vitórias do Brasil, já que a última Miss Universo brasileira foi a baiana Martha Vasconcellos, coroada em 1968. Nas edições mais recentes da competição, Mia Mamede (Miss Brasil 2022) e Teresa Santos (Miss Brasil 2021) não passaram do primeiro corte.
— Desde o momento em que eu embarquei na jornada de Miss Universo, do meu Estado até esse palco incrível hoje, eu sempre tive um propósito acima de tudo, que era deixar o meu legado, deixar a minha marca e fazer com que o Brasil fosse visto no mundo inteiro. E é essa a passagem que eu quero deixar, um legado de positividade de coisas boas e boas energias. Mostrar quem eu sou e fazer com que isso impacte o mundo — planeja Maria.
Preparo intenso
Para Bebeto Azevedo, coordenador do Miss Universo RS que trabalhou pesado na preparação de Maria para a etapa nacional, a modelo fez uma preparação intensa que lhe dá muita chance de trazer o título do universo para casa.
— As pessoas podem esperar da Maria um super desempenho no Miss Universo porque ela é uma mulher que quer muito, no superlativo. Ela estuda muito, analisa concursos anteriores, fez aulas de passarela e cresceu bastante nesse quesito, está ainda mais solta e desenvolta. E ela tem uma fala que já era excelente, mas aprimorou ainda mais e é a Miss Brasil mais bem preparada dos últimos tempos. Por tudo isso, podemos esperar da Maria a coroa — confia Bebeto.
Nesta quarta-feira (15), as misses participam de etapas importantes das preliminares do concurso, que envolvem entrevistas e desfiles em trajes de banho e gala diante de jurados, na tentativa de garantir a classificação dos seus países na competição. Para essa ocasião, Maria apostou num modelo criado sob medida pela estilista gaúcha Daniela Setogutti, avaliado em R$50 mil, feito com mais de 30 metros de seda e bordado com cristais Swarovski. A peça, concebida no atelier de Novo Hamburgo, recebeu o nome de "Deusa do Sol".
— O vestido é inteiramente amarelo, que remete ao sol e é uma cor que fez Maria brilhar. Nas primeiras conversas que tivemos, ela confidenciou o quanto se conecta com o sol, enfatizou que a praia tem um papel muito importante em sua vida e serve para energizá-la. Então para o Miss Universo Brasil, criamos o vestido “Deusa das Águas” para representar a água, e agora finalizamos esse ciclo homenageando o sol — afirma Daniela.
Homenagem à nação
Para a tradicional etapa preliminar do desfile com traje típico, oportunidade que as candidatas aproveitam para apresentar a cultura das suas nações, Maria Brechane escolheu homenagear a arara-azul e vestiu um traje decorado com quatro aves artificiais, que segundo o diretor de publicidade do Miss Universo RS, Thiago Soares, promete dar a impressão de que a modelo está voando. A fantasia é uma criação do estilista amazonense Herleson da Maia, conhecido pelo trabalho com o folclore da cidade de Parintins, no Amazonas, terra dos bois-bumbás Garantido e Caprichoso.
A roupa da gaúcha mostra diferentes versões do animal que lutam para sobreviver, como a arara-azul-grande e a arara-canindé, simbolizando “a diversidade que se estende da mata Atlântica ao coração da Floresta Amazônica”.
— O traje é uma homenagem à arara-azul, e está representando não só a beleza, mas a riqueza cultural e natural do Brasil. O mundo está clamando por preservação e a arara-azul é um pássaro que está entrando em extinção e é um dos mais cobiçados pelos homens. Então a gente leva para o concurso o pensamento da importância que é a humanidade olhar para o pássaro, preservá-lo e, também, preservar o planeta — afirma Soares.