Quem disse que você não pode se sentir incrível na maturidade? A ginecologista Luiza Schvartzman, membro da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do RS, explica que a fase pós-50 anos traz novos desafios para a mulher, mas é possível encarar o período com qualidade de vida. Abaixo, a integrante da Sociedade Brasileira de Climatério destaca os pontos que você precisa ficar atenta:
Menopausa e mais
- Não abra mão de visitar o ginecologista! O período pré e pós-menopausa desencadeiam mudanças significativas no corpo da mulher. Agora, é mais importante do que nunca o acompanhamento médico anual.
- A última menstruação da mulher ocorre, em média, por volta dos 50 anos. Antes e depois desse marco, há sintomas que podem incomodar, como o chamado calorão (fogacho). A terapia hormonal, mais conhecida como reposição, pode ser uma saída para amenizar o quadro. Se você não quer ou não pode investir nesse procedimento, a dica é apostar nos exercícios físicos com peso, como a musculação. Há evidências científicas dos benefícios, assim como a prática de ioga, exercícios de respiração e acupuntura.
Escapes e desconfortos
- Muitas mulheres passam a ter "escapes de xixi" durante o dia ou acordar várias vezes de noite para ir ao banheiro - principalmente as mais próximas dos 70 anos. A Síndrome Geniturinária da Menopausa pode se manifestar na segura vaginal, na dor na hora de relação, estar associada à incontinência urinária e às infecções de repetição, à ardência local e ao desconforto na relação. É possível buscar o tratamento adequado, como os cremes de estrogênio de baixíssima potência que só circulam na vulva e na vagina. A fisioterapia pélvica também é um dos caminhos.
- Os hidratantes vaginais estão em alta e há cada vez mais opções no mercado. Com indicação médica, podem ajudar no desconforto.
Libido
- Há mulheres que relatam diminuição da libido na maturidade. E isso pode ocorrer por diferentes fatores, como a secura vaginal, inseguranças com o corpo, problemas na relação com o parceiro, questões de fundo hormonal etc. Uma investigação junto do ginecologista apontará o melhor caminho. Muitas vezes, apenas o uso constante de lubrificante já faz diferença.
Tratamentos
- Atenção à vitamina D e à ingestão de cálcio. A questão óssea da mulher requer mais cuidados depois dos 50 - há uma diminuição natural e perigosa, dependendo do caso. A partir dos 65, a indicação é realizar exames como a densitometria óssea para avaliar se há sinais de osteopenia ou osteoporose. Esses quadros não costumam apresentar sintomas e são descobertos após fraturas. A atividade física com peso surge, mais uma vez, como aliada para garantir que a condição não se agrave.
- Por volta de 70, redobre os cuidados quando o assunto é massa óssea. Fique de olho nas pequenas intercorrências do dia a dia. Nada de subir em banquinhos em casa ou ter tapetes que podem escorregar. Pode ser uma boa época para buscar um acompanhamento multidisciplinar junto de reumatologistas e ortopedistas.
- O laser na vagina está na moda para combater as alterações no assoalho pélvico. Mas, atenção: essa prática ainda carece de estudos para se ter convicção que há mais benefícios do que malefícios. Lubrificantes, hidratantes e estrogênio vaginal tópico são as opções mais seguras.