Nas últimas horas, em razão de uma polêmica envolvendo o nome da filósofa Djamila Ribeiro e da historiadora Suzane Jardim, o Google registrou um aumento repentino de busca por termos como "colorismo" e "retinto". Mas afinal, o que essas palavras significam?
Colorismo é o tipo de discriminação de acordo com a tonalidade da pele da pessoa, podendo ser mais ou menos intensa. Ao levar essa informação em consideração, podemos afirmar que o negro de pele clara é "mais tolerado socialmente", enquanto o mais escuro, chamado também de retinto (olha o outro termo aí), menos.
Tanto colorismo, quando pigmentocracia se referem ao preconceito pela cor da pele. Ou seja, quanto mais traços negroides a pessoa tiver, mais exclusão e discriminação social ela vai sofrer. Isso ocorre porque no Brasil, o racismo se dá, principalmente, através das marcas corporais que o indivíduo possui, o que chamamos de racismo de marca. Aquele tipo de discriminação que leva mais em consideração o fenótipo e pouco, a ascendência ou origem.
Então, negros de pele clara não sofrem racismo? Não é isso, eles sofrem, sim! Significa apenas que, como eles se aproximam mais do padrão estético das pessoas de pele branca, é possível que sejam mais bem recebidos nos espaços sociais do que os negros de pele retinta. O que também os confere mais oportunidades, e, consequentemente, maior possibilidade de ascensão social.
É importante lembrar que ser tolerado não significa ser realmente aceito. Apesar das vantagens, negros de pele clara sentirão preconceito de outras formas.
É importante que o colorismo não seja visto como forma de hierarquização e divisão dos próprios negros, pois isso dificulta avanços. Quanto à polêmica entre Djamila e Suzane, acredito apenas serem pessoas com opiniões divergentes, como quaisquer outros seres humanos por aí.
* colaborou a psicóloga Jéssyca Barcellos
Camila Camargo é publicitária, planejamento comercial em Revista Donna e líder do Grupo Afro RBS. Faz parte há mais de 15 anos do Instituto Sociocultural Afro-Sul Odomode e é integrante do Grupo de estudos sobre o pensamento de mulheres negras Atinúké. Gosta de estar envolvida em projetos que possibilitem a transformação da sociedade e a criação do mundo em que deseja viver. Tem como intenção de vida criar conexões.