Foi comprovado: o nível de estresse do brasileiro sobe, em média, 75% em dezembro. Ou seja, essa época de eventos, compras, Natal e Ano-Novo impacta seriamente na saúde das pessoas, revelou uma pesquisa da Isma-BR (Internacional Stress Management Association - Brasil).
Considerado um dos grandes males da atualidade, o estresse pode ter diversas consequências. E nessa época de correria de final de ano, elas podem ser ainda piores. Veja quais são:
Aumento do risco de infarto
Segundo o presidente da Sociedade de Cardiologia do Rio Grande do Sul (Socergs), Daniel Souto Silveira, o estresse oferece o mesmo risco de infarto que a diabetes: de duas a três vezes mais do que em pessoas saudáveis.
- O estresse libera adrenalina no corpo, o que faz o coração bater mais rápido. As artérias ficam estreitas e consomem mais oxigênio, sendo prejudicial para a saúde do coração. É preciso estar atento aos principais sinais, como palpitação, quando os batimentos disparam mesmo com a pessoa em repouso, e a pressão arterial controlada que começa a subir de forma repentina – explica Silveira.
Risco de AVCs
Além do coração, o cérebro é outro órgão do corpo que sofre e, inclusive, pode estar associado ao risco de doenças cardiovasculares, aumentando as chances para acidentes vasculares cerebrais (AVCs).
Crises de enxaqueca
De acordo com a neurologista associada da AMRIGS, Maria Cecília de Vecino, o estresse emocional tem sido incorporado ao desencadeamento ou piora de doenças neurológicas.
- Sabemos que a enxaqueca pode ser desencadeada tanto por eventos estressantes quanto por alterações hormonais ou ingestão de alguns alimentos. Além disso, o estresse psicológico vem sendo considerado suspeito como participante ativo na esclerose múltipla. Já na epilepsia, nota-se uma piora do controle das crises com o aumento do nível de estresse, podendo este funcionar como um desencadeante ou fator precipitante – expõe a médica.
Queda de cabelo e envelhecimento da pele
De acordo com a vice-presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Secção RS (SBD-RS), Taciana de Oliveira Dal'Forno Dini, um estudo recente mostrou que 25% das mulheres com aumento crônico de queda de cabelos tiveram histórico de estresse psicológico.
- Este pode ser um importante fator extrínseco que influencia o processo de envelhecimento. No entanto, nenhum estudo demonstrou em humanos o mecanismo pelo qual este estresse crônico participa do envelhecimento da pele. Embora, um estudo em animais, publicado em 2015, mostrou o quanto o estresse psicológico crônico contribuiu para o envelhecimento da pele em camundongos – comenta Taciana.
Dores no corpo
- Pessoas que têm artrose na coluna e passam por um momento de estresse ou têm uma convivência crônica com estas situações podem apresentar outras reações sintomáticas, como torcicolo e dificuldades de movimentação – explica o ortopedista Carlos Francisco Jungblut.
O médico indica a prática de exercícios e momentos de lazer e sociabilidade para amenizar o impacto do estresse na saúde física e emocional.