Desde pequena, eu fazia um bom trabalho quando dispunha de pouco tempo. Me acostumei a ter uma agenda cheia, porque prazos apertados me forçavam a manter o foco. Funciono melhor desse jeito.
O curioso é que justamente quando abro espaços na agenda é que a inspiração vem. Ela aparece com o tempo para reflexão, que acontece justamente quando saio dessa rotina diária e entro noutra frequência, quando estou no deslocamento entre uma viagem de trabalho e outra, por exemplo. Ali costumo ter várias ideias. As escrevo no bloco de notas.
E depois? Mando um e-mail, marco uma reunião, tomo logo uma atitude que me leve a tentar realizar a ideia. Isso costuma dar certo? Nem sempre. É difícil mesmo iniciar alguns projetos novos. Algumas ideias se perdem ao longo do caminho. Ai vem a questão: como inovar? Por onde começar? Que forma terá uma ideia quando ela for colocada em prática?
Essas perguntas tem a promessa de resposta em um método usado no Google, o Sprint ou Google Design Sprint. Ele é um processo de cinco dias que pode agir como um propulsor, ou seja, uma nova abordagem para a solução de problemas. Algo como por em prática os projetos novos.
A base tem três pilares principais: foco no trabalho individual, tempo para criar um protótipo e um prazo impreterível. O nome sprint é uma alusão às corridas de alta velocidade em curtos períodos de tempo. O método foi criado por Jake Knapp, que hoje integra o Google Ventures e conduziu sprints que resultaram na criação de produtos como o Gmail e o Google X.
Eu contei que desde pequena eu faço melhor meu trabalho quando disponho de pouco tempo, lembra? O mesmo acontece com Knapp, autor do método. Foi baseado nesse modelo de comportamento que ele investiu no Sprint – que, segundo ele, é um caminho para testar novas ideias e fazer mais coisas em menos tempo.
O “faça você mesmo” do próprio sprint seria como: na segunda-feira, mapeie o problema e escolha um ponto importante para se concentrar. Na terça-feira, esboce soluções concorrentes no papel. Na quarta-feira, tome decisões difíceis e transforme as ideias em hipóteses que possam ser testadas. Na quinta-feira, construa um protótipo realista. Na sexta-feira, faça um teste.
Na prática, a ideia é dar agilidade aos processos. Fazer do tempo uma forma de pressão para manter o foco nas coisas mais importantes. O resultado é fazer acontecer em menos tempo, ou melhor, em cinco dias. O método é voltado para equipes, mas também pode ser feito solo.
Para o trabalho individual eles recomendam que você acione um cronômetro e se force a pensar em várias soluções para o problema. Faça protótipos de suas ideias para responder a perguntas específicas antes de mergulhar na implementação. Para grandes desafios, o recomendado é o método sprint completo. Para pequenas decisões, dá para usar parte do método como o caso do anote-e-vote. Simples: Anote em tópicos suas dúvidas, se dê um tempo e vote em uma delas.
Dá para pensar o conceito de Sprint como um jeito de realizar projetos, um modelo para organizar, priorizar e como consequência fazer acontecer. Na prática, isso pode gerar tempo e com a sobra dá para investir mais no lazer, na diversão ou, simplesmente, aproveitar o prazer de não fazer nada naquele tempo. Já estamos na metade do ano e continuamos impressionados como o ano está passando rápido, mais uma vez. Minha sugestão: aproveite essa velha máxima e ponha o cronômetro a rodar a seu favor. Já é hora de fazer acontecer, papel e caneta na mão. O tempo de realizar é agora!
Leia também