Voltei de férias e havia uma paisagem diferente no meu bairro e nos bairros da vizinhança: a presença maciça de contêineres para a realização do serviço de coleta automatizada de lixo. Contei cerca de dois contêineres por quadra.
OI, VIZINHO!
O contêiner que me diz respeito está instalado na rua, como um carro estacionado, bem em frente à entrada do meu prédio, um pouco acima do portão da garagem. Não incomoda ninguém. Fiquei felicíssima com mais esta etapa cumprida pela Prefeitura de Porto Alegre em prol da limpeza urbana e do estímulo da coleta seletiva.
LIXO SECO NÃO ENTRA
A colocação dos contêineres qualifica o espaço urbano e evita aquela esculhambação de sacos de lixo espalhados pelas ruas e calçadas. É uma vitória no que diz respeito ao aspecto estético da cidade, à saúde pública e ao incentivo para que as pessoas ajudem a ampliar a coleta seletiva de resíduos sólidos, colaborando para o bem-estar do planeta e com toda uma geração de emprego e renda de pessoas que dependem desse material para trabalhar.
O MUNDO AGRADECE
NEM TODO MUNDO...
ELA BRIGOU NA RUA
Eu não briguei na rua, mas confesso que perdi um pouco a paciência com a motorista estressada de uma caminhonete. Estávamos Bento, Paca e eu, passeando, por volta de 11h da manhã, pela Coronel Bordini, outra rua agraciada com contêineres. O caminhão do DMLU fazia a coleta de um deles, o que provocou uma pequena fila de carros atrás. Foi quando de repente, não mais que de repente....
BIIIIIIIIIII!!!!!!
A estressada da caminhonete enfiou a mão na buzina. Mas enfiou com tudo! Biiiiiii, biiiii, biiiii!!!!!! Só ela na fila buzinava, o que me fez acreditar um pouco mais na humanidade. Então, abriu o vidro e começou a gritar que queria passar. Eu não me aguentei:
- O caminhão do DMLU está fazendo a coleta de lixo. Tenha um pouco de paciência - pedi.
– Estou atrasada e isso não é hora e nem lugar de coletar lixo - ela respondeu.
- Qual seria a hora e o lugar, então, na sua opinião?
- Qualquer horário que não atrapalhe o trânsito e não atrase as pessoas - ela disse.
DIFÍCIL, HEIN?
– Dada a frota de carros nas ruas de Porto Alegre, e o nível de intolerância da maioria dos motoristas, vamos convir que este horário não existe, concorda? - perguntei.
Ela fechou a janela do carro, arrancou e saiu. Deve ter se atrasado três minutos para o tal compromisso.
MINUTOS
O que mais me assustou, porém, foi perceber, em um bate-papo que assisti de cantinho e quietinha nas redes sociais, uma legião de motoristas indignados com os contêineres. Indignações de toda ordem.
DE QUE TIPO, MARIANA?
"Estão roubando uma vaga de estacionamento"; "Está muito próximo da minha garagem"; "Os contêineres deveriam estar em cima da calçada". Já me contaram da existência de contêineres em curvas que atrapalham a visão dos motoristas, também em cima de passagem de cadeirantes. Concordo que não adianta só sair largando contêiner pela cidade, mas calma um pouco! Vamos aprender a valorizar boas iniciativas e saber dialogar para ajudar a melhorar o que ainda pode ser melhorado, certo? Intolerância e olhar para o próprio umbigo não vai levar a lugar algum.
O processo de duplicação dos contêineres se dará em duas etapas. A primeira teve início no dia 15, quando foram instalados 680 equipamentos. A instalação dos 520 contêineres da segunda etapa está previsto para começar no dia 4 de março. O número de contêineres dobrará para 2.400 ampliando a área de abrangência. Ou seja: quero ver quando as férias acabarem e o trânsito da cidade voltar a ser o que é...
CHÁ DE MARACUJÁ É BOM, VIU?
RIVOTRIL NA VEIA TAMBÉM