Estávamos todos em casa, mas parecia que não tinha ninguém.
O único barulho que se ouvia era o do vento batendo nas árvores do quintal da vizinha. E de vez em quando algum cachorro latia ali por perto também. Eu estava no computador do pequeno escritório, entretida procurando novas ideias para mais um texto que precisava entregar na manhã seguinte. O marido tentava se entender com o iPad na sala, onde procurava algumas fotos antigas - aquelas que a gente nunca lembra em que arquivo foi que guardou (no tempo dos álbuns de fotografia era mais fácil. Abria e estava tudo ali, na mão). Um dos filhos estava no quarto digitando mais um trecho do TCC no notebook, ao mesmo tempo em que escutava música com fones de ouvidos. O outro trocava e-mails e mensagens com a namorada pelo celular.
Estávamos todos em casa, agora desconectados do mundo. Mas conectados em nós mesmos
Viviane Bevilacqua
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