Apaixonado por um cãozinho perambulando pelas ruas do Litoral? Saiba que nesta época do ano ocorrem, sim, muitos abandonos, mas também é o momento em que muitas famílias levam para casa um novo animal de estimação, aquele bichinho que se enfiava debaixo do guarda-sol sem pedir licença ou que não saía da volta enquanto você comia um crepe sentado na calçada.
Amor de verão é isso aí, e lá está você com o cachorro debaixo do braço sem saber o que deve ser feito, para a segurança de todos, antes de colocar seu novo amigo dentro do carro rumo à nova moradia. Então vamos lá: saiba o que fazer para dar um final feliz para esse ato de generosidade.
Primeiramente, antes de concluir sua boa ação, certifique-se de que ele está, de fato, abandonado. Cachorros de rua podem estar sendo cuidados por alguém e perambulam por aí apenas para dar uma voltinha;
Procure um veterinário assim que decidiu pela adoção;
Na falta de um profissional, busque produtos para dar um banho no animal e deixá-lo livre de carrapatos, pulgas e piolhos. Mas lembre-se de que um banho só não vai resolver o problema. Isso é paliativo. Sempre é mais seguro receber atendimento especializado. E saiba que alguns cães têm verdadeira aversão à água e isso faz com que saltitem bastante;
Evite o contato direto dele com as crianças em função de verminoses e outras doenças que podem ser transmitidas;
Obviamente, tenha cautela com a aproximação, pois você não conhece o animal. Cães desconfiados podem se defender mordendo quem chegar perto;
Como não é conhecido o histórico do animal, é bom avaliar, por meio de exames, por onde anda sua saúde. Infelizmente ele pode estar doente ou ser portador de uma zoonose;
Vacina é outro aspecto que não pode ser negligenciado. Embora o animal viva nas ruas, é prudente seu novo mascote começar um programa de vacinação pelo menos para as doenças mais comuns;
Já olhou os dentes dele? Uma boca saudável é bem-vinda. Se esse pet for mais idoso, pode exigir tratamento especializado por estar com dentes comprometidos e um hálito pavoroso em função dos tártaros;
Antes de seguir viagem, faça um teste para se certificar de que ele aguenta sem entrar em pânico no carro. Experimente fazer um trajeto curto, como a ida até o veterinário, para ver como ele se sai. Em caso de vômito ou estresse, já comunique ao profissional a melhor forma de contornar a situação;
Para cães de comportamento desconhecido, seria prudente fazer uso de cinto de segurança específico, para evitar troca brusca de lugar e outros aborrecimentos;
Chegou em casa? Agora começa a adaptação. Mostre o lugar que agora passa a ser a cama dele, o local com jornais para ser o banheiro (isso se não for o pátio da casa) e os potes de água e comida. Em um primeiro momento, ele pode se atrapalhar e não se comportar de forma adequada, mas a tendência é melhorar;
Procure literatura sobre os primeiros dias de um cachorro no novo lar. Você vai se identificar com algumas situações e uma delas é a profunda gratidão que esses animais manifestam quando são removidos do abandono, da fome e das ruas.
Daisy Vivian é diplomada pela UFRGS em Medicina Veterinária e Jornalismo. É autora dos livros "Cães e Gatos Sabem Ajudar Seus Donos" e "Olhe-me nos Olhos e Saiba Quem Você É", histórias reais sobre pessoas e seus animais de estimação. Escreve semanalmente em revistadonna.com.