Quando os ancestrais dos cães caçavam o próprio alimento, a presa era devorada inteira. Esses indivíduos, no entanto, dificilmente chegavam à idade adulta, uma vez que viviam em duras condições de sobrevivência e sujeitos a uma seria de intempéries que acabavam abreviando suas vidas.
Além desse histórico, cães são o que chamamos de animais omnívoros. Chamamos de animais omnivoros, aqueles cujo aparelho digestivo tem capacidade para metabolização de diferentes classes alimentícias, podendo se beneficiar de uma dieta alimentar menos restrita que a dos carnívoros ou herbívoros. Logo, algumas fibras podem ser podem ser extremamente desejáveis na idade adulta avançada.
Seu cão está ficando velho? Essas dicas são pra você!
Aposte nas fibras
Sabe-se que quanto maior a atividade física do seu cão, maior deve ser o nível de energia nos alimentos. Isso pode ajudar a explicar porque pets jovens e atletas não engordam, mesmo comendo muito se comparado aos mais velhos.
O cachorro, quando idoso, tem sua atividade física reduzida e uma das conseqüências imediatas disso é o ganho de peso. Isso se deve porque o mascote passa a ingerir mais energia do que pode gastar. Em animais castrados, esses sintomas são ainda mais evidentes.
A diminuição dos exercícios também altera o trabalho do aparelho digestivo. Quanto mais o animal se movimenta, mais estimula o funcionamento do intestino. Um cão sedentário, portanto, tem tendência à prisão de ventre, evacuando menos e produzindo fezes mais ressecadas.
Isso pode causar o que se chama de fecaloma, uma massa volumosa e dura constituída de matéria fecal desidratada que fica estagnada no reto por dias. Para removê-la, o animal precisa estar sedado. Para evitar esse e outros distúrbios do aparelho digestivo, a solução é a ingestão de fibras.
Fábricas de ração tem investido na quantidade adequada de fibras na composição dos alimentos para cada categoria - e faixa etária - de cachorro.
Atenção às doenças intestinais
Além disso, devido à idade, os animais podem apresentar outros problemas que levam à necessidade de adequação da dieta. Um bolo fecal mais amolecido traz muitos benefícios quando o cão tem pólipos intestinais e até câncer de intestino.
Na terceira idade canina, é comum a incidência de doenças, tais como:
- hipertrofia de próstata (que reduz e comprime a passagem das fezes pelo intestino);
- problema de coluna (podendo causar paralisia total ou parcial do intestino);
- problemas nos rins, necessitando de dieta hipoproteica (pouca carne).
Fracione as refeições
Outra medida que pode ajudar na melhor digestão do animal - e a redução do bolo fecal - é o fracionamento das refeições. Assim, a digestão acontece melhor se for feita em pequenas quantidades. A adição de enzimas digestivas à alimentação pode garantir a regularidade da digestão. Pergunte ao veterinário do seu pet a necessidade delas.
Escolha alimentos de fácil digestão
Para quem gosta de preparar a comidinha do seu pet, é interessante optar por alimentos de digestão mais fácil, como carnes brancas sempre cozidas, arroz e legumes fibrosos(cenoura, abobrinha, brócolis). Saiba que a alta porcentagem de fibra força a absorção maior de água para dentro do intestino, reduzindo o risco da prisão de ventre e, consequentemente, do fecaloma.
Monitore o peso do seu cão
Há cães velhinhos que não diminuem sua atividade física. Mesmo com idade avançada, continuam se exercitando com caminhadas e algumas brincadeiras. A não ser que tenham algum problema limitador de locomoção e saúde, esses cães não precisam trocar de dieta, mesmo com o avanço da idade. Porque, nesse caso, isso implicaria perda de peso, o que também é prejudicial.
Daisy Vivian é diplomada pela UFRGS em Medicina Veterinária e Jornalismo. É autora dos livros "Cães e Gatos Sabem Ajudar Seus Donos" e "Olhe-me nos Olhos e Saiba Quem Você É", histórias reais sobre pessoas e seus animais de estimação. Escreve semanalmente em revistadonna.com