Tem gente que castra a cadela com a certeza de que está escapando de um grande fardo no futuro, que são os tumores de mama e ovário. Este último até pode ser verdade – uma vez extraído, não vai mais incomodar.
Além disso, sabe-se que alguns tipos de tumores são hormônio-dependentes. Ou seja: o sobe e desce dos hormônios reprodutivos acabam favorecendo o desenvolvimento de tumores já existentes.
Por conta disso, costuma-se recomendar castração em cadelas que apresentam tumor nas mamas, além da extração dele próprio. Isso porque pode gerar metástases no pulmão. Quanto mais cedo for removido, melhor para a paciente.
Mas atenção: cadelas castradas em idade mais avançada não estão garantidas de tumores mamários. Aliás, nem cadelas impúberes, quando castradas, estão livres disso.
Existem estimativas que apontam ser possível reduzir (e estamos falando de altos percentuais) tumores de mama em cadelas castradas antes do primeiro ano de idade. Mas lembre-se que as glândulas mamárias estão presentes e que estamos falando também de questões genéticas. Se é assim, podem as cadelas, mesmo castradas, estarem sujeitas à metaplasias.
Alguns tutores, pensando em ter filhotes de sua cadela quando ela chegar aos três ou quatro anos, acabam evitando a castração precoce. Isso deve ser levado em conta se sua mascote é descendente de animais reconhecidamente portadores de câncer.
Mas nada de pânico! Isso porque câncer tem um forte componente genético e nem todas as cadelas – castradas ou não – vão desenvolver a doença ao longo da vida. Para melhor escorar sua decisão, converse com um veterinário e também verifique a saúde das fêmeas da família de sua mascote antes de decidir pela castração, se este não for seu desejo.
Daisy Vivian é diplomada pela UFRGS em Medicina Veterinária e Jornalismo. É autora dos livros "Cães e Gatos Sabem Ajudar Seus Donos" e "Olhe-me nos Olhos e Saiba Quem Você É", histórias reais sobre pessoas e seus animais de estimação. Escreve semanalmente em revistadonna.com.