A modelo, jornalista e influenciadora Lygia Fazio, que morreu após complicações por colocar silicone industrial e PMMA (polimetilmetacrilato, um componente plástico), pretendia propor uma lei para vítimas de bioplastia, técnica de preenchimento para remodelar áreas corporais e faciais.
Em vídeo publicado nas suas redes sociais no ano passado, ela fala sobre ter aceito um convite para ser candidata a deputada estadual em São Paulo, e adianta suas propostas. A modelo, que não chegou a ser eleita, afirmava querer ajudar as pessoas que passaram pelo procedimento estético e obtiveram resultados ruins ou complicações.
— Veio na mente criar uma lei. Uma não, várias. A principal, que estou aqui falando para vocês, é para vítimas de bioplastia. No meu caso, consegui, graças a Deus, porque, senão, já estava morta. E não quero que aconteça com vocês o que aconteceu comigo — declarou, na época.
Saúde frágil
Lygia ficou mais de cem dias internada em 2022 para tentar retirar as substâncias que aplicou no bumbum. O silicone industrial e o PMMA teriam se espalhado pelo seu corpo e desencadeado diversas infecções.
Há três semanas, voltou a ser hospitalizada após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC). O comunicado da morte foi divulgado nas redes sociais, nesta quarta-feira (31).
"Pessoal, infelizmente nossa guerreira fez a passagem. Em breve, comunico aqui os horários da despedida dela. Agradecemos mais uma vez todo o apoio", dizia uma nota em seus stories do Instagram.
Procedimentos clandestinos
Uma das amigas de longa data de Lygia, a jornalista Meiri Borges, postou uma série de vídeos falando sobre o caso. Ela relatou que as declarações teriam sido um pedido da própria Lygia, de quem se manteve muito próxima nos últimos três anos. Segundo Meiri, tudo começou quando a modelo aplicou uma substância para aumentar o glúteo.
— Ela queria sempre estar mais bonita, se sentir melhor, e buscou ajuda de pessoas que não eram profissionais. Por um tempo, acho que os profissionais aplicavam substâncias que eram legalizadas e tal, mas, depois de um tempo, ela queria mais e os médicos não queriam fazer e ela foi para procedimentos clandestinos — explicou.
A jornalista prosseguiu, dizendo que essa foi a bomba-relógio da vida de Lygia.
— O silicone industrial misturado com PMMA começou a espalhar pelo corpo dela, deu infecção, uma bactéria, ela tentou cura, tirar essa substância, mas não saiu por inteiro e isso gerou muitas infecções. Ela teve recentemente um AVC que a deixou hospitalizada — lamentou.