O cantor Steven Tyler, vocalista do Aerosmith, negou as acusações de que teria abusado sexualmente de uma menina de 16 anos na década de 1970, quando tinha 25. Ele foi formalmente indiciado pelo crime em fevereiro deste ano e, de acordo com a revista Rolling Stone, sua defesa enviou um documento ao tribunal em que o processo corre em Los Angeles, Estados Unidos, com uma série de reivindicações.
Tyler alega que a relação com a jovem, chamada Julia Misley, foi consentida e que tinha imunidade por ser seu tutor legal na época. Ele ainda afirma que a mulher "não sofreu ferimento ou dano como resultado de qualquer ação" que tenha praticado.
Segundo Julia, que antes usava o sobrenome Holcomb, o músico teria praticado violência sexual contra ela e a forçado a fazer um aborto após uma gravidez indesejada. A vítima, que hoje tem 65 anos, também acusa o cantor de drogá-la para conseguir obter sua tutela legal.
A ação é baseada no livro de memórias de Tyler, Does The Noise In My Head Bother You (O Barulho na Minha Cabeça te Incomoda?, 2011), em que ele próprio conta que "quase ficou noivo de uma adolescente".
"Os pais dela se apaixonaram por mim e assinaram um papel de custódia para que eu não fosse preso. Eu a levei em turnê comigo", diz ele na obra.
Em sua acusação, Julia havia alegado que relembrar a experiência na publicação reviveu seus traumas e lhe deu "infâmia involuntária".
Em resposta à defesa de Tyler, o advogado de Julia, Jeff Anderson, emitiu uma declaração em que classificou a fala do cantor como gaslighting - uma forma de abuso psicológico na qual informações são distorcidas para favorecer o abusador. Para ele, o vocalista está "usando uma tutela legal falsa para evitar processos por crimes sexuais".