Após o funeral da rainha Elizabeth, o príncipe Harry e a esposa, Meghan Markle, voltaram para sua casa nos Estados Unidos, onde vivem desde 2020 após abdicarem de suas funções oficiais na monarquia britânica. Com a morte da avó, Harry tem repensado projetos profissionais, como uma série documental para a Netflix e um livro de memórias, para não conturbar ainda mais a relação com a família. Além disso, os dois estão em busca de uma nova casa na Califórnia.
Nos tópicos abaixo, confira o que tem acontecido na vida de Harry e Meghan desde que estiveram no Reino Unido para homenagear a morte da monarca de 96 anos.
Relação conturbada com William
Na semana passada, o príncipe Wiliam confessou que o funeral de sua avó trouxe de volta lembranças dolorosas do cortejo fúnebre de sua mãe, Diana, em 1997, quando ele tinha apenas 15 anos e seu irmão, 12. Mas, se essa experiência compartilhada estava em suas mentes, eles não demonstraram nenhum reconhecimento externo na cerimônia.
Apesar de William e Harry terem andado lado a lado atrás do caixão da rainha Elizabeth, bem como fizeram no funeral de sua mãe há 25 anos, os dois não mostram sinais de reconciliação. O herdeiro do trono "simplesmente não pode perdoar" seu irmão por optar sair da monarquia, afirma a autora do livro The New Royals - Queen Elizabeth's Legacy and the Future of the Crown (algo como A Nova Monarquia - O Legado da Rainha Elizabeth e o Futuro da Coroa, em tradução livre), Kate Nicholl, conforme publicado pelo jornal Page Six.
— Ele sempre pensou que Harry seria seu parceiro e agora ele está fazendo isso sozinho. Graças a Deus ele tem Kate (Middleton, esposa de William) ao seu lado — acrescentou.
O relacionamento dos irmãos, uma vez próximo, começou a se desgastar antes mesmo de Harry se casar com Meghan Markle. Em setembro de 2017, quando Harry deu a entender que estava prestes a pedir Meghan em casamento, William teria perguntado: "Por que apressar as coisas?", o que fez com que Harry respondesse com raiva: "Quem diabos você pensa que é?", relatou a imprensa local.
Harry e Meghan abdicaram de suas funções na monarquia britânica em janeiro de 2020 e em seguida se mudaram para os Estados Unidos, onde hoje criam os dois filhos. As relações conturbadas com a monarquia atingiram um novo patamar quando eles concederam uma entrevista polêmica para a apresentadora norte-americana Oprah Winfrey em março de 2021. Na ocasião, Harry disse que sentia pena do pai e do irmão, que estavam presos em seus papéis reais e não podiam partir como ele. Meghan alegou também não ter recebido apoio do palácio na época em que teve pensamentos suicidas. Os dois citaram ainda a pressão insustentável da mídia e o racismo como razões para sua saída da monarquia.
Apesar de tudo, uma fonte próxima a Harry disse ao Sunday Times de Londres que, embora estar na companhia um do outro tenha sido "desconfortável" para os irmãos, "todo mundo está dando o seu melhor".
Pausa na produção de série
Ainda de acordo com informações do Page Six, Harry e Meghan pretendem mudar os rumos da produção de um documentário sobre a vida deles que será lançado em breve pela Netflix. O casal tem um acordo milionário com a plataforma de streaming e pretende fazer edições no produto final a fim de "minimizar muito do que disseram sobre o rei Charles III e a rainha consorte Camilla Parker Bowles". A decisão foi tomada após a morte da rainha Elizabeth II.
Fontes afirmam que o casal também tenta amenizar o discurso sobre o príncipe William e Kate Middleton. Por isso, a série documental sobre a rotina dos duques de Sussex não entrará no catálogo da Netflix até o próximo ano.
Além do documentário, outro lançamento que preocupa a família real é um livro de memórias do Harry, que seria publicado nos próximos meses. Ele resolveu não só adiar o lançamento, mas também reescrever algumas partes por temer ser "boicotado ao confidenciar algumas histórias", afirmou a especialista real Kinsey Schofield.
— O príncipe Harry agora está revendo capítulos e passagens de seu livro porque acha que pode parecer insensível — disse o correspondente da realeza Josh Rom em entrevista ao canal norte-americano Newsmax TV. — Ele teme receber uma reação intensa da publicação da autobiografia porque não esperava a adoração absoluta da família no momento da morte da rainha Elizabeth II, e a demonstração de amor (dos súditos) pelo rei Charles III e também pela rainha consorte, Camilla.
Essas alterações nos rumos das produções conversam com o fato de que os filhos de Harry e Meghan aguardam decisão do rei para receber título real. Após a morte de Elizabeth e a ascensão de Charles ao trono, os dois deveriam receber automaticamente os títulos de "príncipe" e "princesa". Mas as crianças ainda são listadas como "Mestre Archie Mountbatten-Windsor" e "Senhorita Lilibet Mountbatten-Windsor" na linha de sucessão real.
Ou seja, Archie e Lilibet ainda não receberam a designação HRH (His ou Her Royal Highness, ou Sua Alteza Real, em tradução do inglês) — um status reservado apenas aos descendentes diretos de "Sua Alteza Real", que oferece aos seus destinatários uma série de privilégios, incluindo segurança garantida no Reino Unido.
Embora a falta do status de HRH a Archie e Lilibet já tenha sido um importante ponto de discórdia entre Meghan, Harry e a família real ao longo do ano passado, muitos acreditavam que os títulos seriam concedidos assim que os jovens membros da realeza se tornassem descendentes diretos do trono — mas não foi o caso. A decisão se as crianças de Sussex receberão ou não os títulos cabe ao rei Charles III e, aparentemente, ele está esperando para ver como os próximos projetos midiáticos de Meghan e Harry impactarão a família real.
Rebaixamento no site real
Em meio aos desentendimentos familiares, Harry e Meghan foram oficialmente "rebaixados" no site oficial da família real britânica. Agora, a foto do casal aparece no final da lista informativa da realeza, acima apenas do príncipe Andrew — atualmente afastado da coroa por envolvimento com escândalos sexuais.
Antes, a imagem de Harry e Meghan estava posicionada logo abaixo de William e Kate, que foram promovidos a príncipe e princesa de Gales após a morte da rainha Elizabeth II.
Mudança de casa
Por fim, Harry e Meghan estão procurando mudar de endereço. De acordo com o jornal Santa Barbara News-Press, o casal está de olho nas propriedades do subúrbio Hope Ranch, em Santa Barbara, ainda na Califórnia, nos Estados Unidos. Portanto, eles podem se mudar da região de Montecito, que também fica em Santa Barbara, onde atualmente vivem. O objetivo seria "acomodar adequadamente" a família, que cresceu com a chegada de Lilibet no ano passado.
Informações do jornal Daily Mail dão conta ainda de que o possível novo lar oferece clube de campo, golfe, quadras de tênis, áreas destinadas para piqueniques e trilhas. Em relação aos preços, as casas no local podem chegar a custar US$ 22 milhões (cerca de R$ 113,6 milhões, na cotação desta segunda-feira).
A mudança também acontece após tentativas de invasão na propriedade atual. Ainda não se sabe se Harry e Meghan estão apenas pesquisando casas ou se já oficialmente compraram uma em Hope Ranch.