A atriz, empresária e modelo Luiza Brunet completa 60 anos nesta terça-feira (24), e compartilha reflexões sobre sua vida. Em entrevista ao portal feminino Ela, do jornal O Globo, ela relembrou a trajetória profissional, pontuando que ser rotulada como símbolo sexual não era um de seus objetivos.
— Nem percebi isso, quando vi já tinha acontecido. Desde menina, tenho corpo livre. Nasci no interior do Mato Grosso do Sul, minha avó era indígena e meu DNA feminino tem muito a ver com a questão da natureza, da liberdade. Ficava de calcinha o dia inteiro até os oito anos. Era uma criança realmente livre, talvez tenha sido essa a deixa para a pessoa que me abusou aos 12 anos, quando trabalhava de empregada doméstica no subúrbio do Rio (de Janeiro) — afirmou.
Em outras entrevistas, Luiza já falou sobre superação de traumas. Ela viu a mãe ser agredida pelo pai na infância, sofreu abuso sexual na adolescência e, já adulta, foi vítima de violência doméstica. Para a publicação, também falou do assédio quando era mais nova:
— No meu auge como modelo, você não tem noção da quantidade de assédio. Eu aparecia pelada na Playboy, viajava à beça, era madrinha da Seleção Brasileira, um ambiente só com homens… Dá para imaginar. Recebia investidas de jogador de futebol, empresários, mas eu não me corrompi. Não estava procurando dinheiro — contou.
Em 2016, Luiza denunciou o ex-companheiro Lírio Parisotto por agressão. Desde então, virou porta-voz sobre o assunto e começou a desenvolver projetos e campanhas voltados à conscientização do combate à violência contra a mulher. Na entrevista, foi questionada sobre uma declaração em que dizia ainda ter medo do seu agressor.
— Não falei isso no sentido emocional. Porém, quando estamos num relacionamento com um homem que tem poder e influência política, você fica achando que a qualquer momento pode ser retaliada, e isso é uma realidade na vida de qualquer pessoa — explicou.
Luiza também afirmou que havia sinais no relacionamento de que a violência poderia acontecer.
— A agressão é o ápice. Tiveram violências emocionais, psicológicas e patrimonial. Lírio chegou a falar que se a gente terminasse ninguém ficaria comigo porque ele era fulano de tal e estava me largando. Cheguei a me perguntar se isso era verdade. Fiquei com a autoestima baixa, muito doente. Era uma relação muito desgastante, uma loucura.
Por fim, falou como é chegar aos 60 anos.
— Acho maravilhoso em muitos aspectos.