A rainha Elizabeth II pode não fazer o tradicional discurso que marca o início do ano parlamentar com a apresentação do programa legislativo do governo britânico. Escrito pelo Executivo e lido pela monarca em uma cerimônia de grande pompa, o tradicional discurso é um dos pontos altos do calendário político do país. Nos últimos meses, porém, a soberana, que completará 96 anos em abril, reduziu consideravelmente sua agenda por motivos de saúde.
Nesta quinta-feira (24), o gabinete do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, anunciou que o evento acontecerá no dia 10 de maio. Logo depois, o Palácio de Buckingham se limitou a afirmar que a participação da rainha "será confirmada no seu devido tempo".
Elizabeth II poderia delegar a tarefa a seu filho Charles, de 73 anos, príncipe de Gales e herdeiro do trono. Em seu reinado de 70 anos, a monarca faltou a este compromisso apenas duas vezes: em 1959 e 1963, quando estava grávida dos príncipes Andrew e Edward, respectivamente.
Sua saúde frágil pode levá-la a evitar uma cerimônia longa e pesada este ano. A monarca foi vista com uma bengala nos últimos meses e afirmou estar com dificuldades para se locomover.
Em outubro do ano passado, ficou uma noite internada para fazer "exames", cuja natureza nunca foi especificada. Em novembro, justificou sua ausência em uma cerimônia alegando dor nas costas. E, em fevereiro, teve covid-19.
No dia 14 de março, as comemorações do Dia da Commonwealth britânica deveriam marcar seu retorno à vida pública, mas, no último minuto, sua presença foi cancelada. Charles representou a mãe.
Também é incerta sua participação em uma missa marcada para a próxima terça-feira (29) em homenagem a seu falecido marido, príncipe Philip, que morreu em abril de 2021. O palácio anunciou, também nesta quinta-feira, que "membros da família real" participarão na homenagem na Abadia de Westminster, sem especificar quem.