Após passar por um procedimento estético que resultou em traumas e dores, a modelo Linda Evangelista, que passou a viver de forma reclusa, fez seu primeiro ensaio fotográfico para estampar a capa da Revista People. Na entrevista, ela comentou sobre a situação em que viveu durante esse período, e afirmou que a decisão de voltar à mídia foi tomada por ter cansado de se esconder.
A intervenção, realizada em 2015, contou com sete sessões em um consultório de dermatologista. Chamada CoolSculpting (criolipólise), o procedimento trata de resfriar, de forma controlada, as células de gordura localizada. Linda afirmou que após a operação ficou "permanentemente deformada" e "brutalmente desfigurada". A modelo moveu uma ação na justiça contra a companhia Zeltiq Aesthetics Inc. pedindo US$ 50 milhões (em torno de R$ 258,19 milhões) por conta dos danos sofridos.
"Eu amava estar na passarela. Agora, eu passo correndo por alguém que conheço" afirmou "Eu não posso mais viver dessa maneira, me escondendo e com vergonha. Eu não poderia viver essa dor por mais tempo. Eu finalmente estou disposta a falar".
A modelo sofreu de um efeito colateral raro, em que o resfriamento acaba deixando o tecido mais grosso. O cirurgião Alan Matarasso explica:
"Os pacientes vão com o objetivo de reduzir e, agora, aumenta. O problema com o PAH é que, em alguns casos, nunca irá embora. Em muitas circunstâncias, as áreas afetadas não podem ser submetidas a uma lipoaspiração".
A modelo conta que chegou a passar fome e se exercitar constantemente para tentar reduzir a gordura, mas a tentativa não foi efetiva. Ao consultar um médico, Linda conta que estava em desespero: "Eu abaixei o meu roupão para ele; eu estava berrando e disse que não tinha comido, que estava faminta."
A empresa responsável pelo procedimento afirmou à People que a intervenção tem sido amplamente estudada, e que os possíveis efeitos colaterais são sempre divulgados e documentados para seus pacientes. Linda afirma, no entanto, que eles ofereceram a ela uma lipoaspiração gratuita com a condição de que ela assinasse um acordo de confidencialidade. A modelo negou, e pagou pelo novo procedimento.
"Não melhorou nem ao menos um pouco", revela. "São saliências que são duras. Se eu andar sem uma cinta com um vestido, o atrito vai fazer com que sangre" afirma. Linda também conta que não consegue esticar os braços ao longo do corpo. "Eu não acho que estilistas vão querer me vestir assim".
Além das dores físicas, Linda reforça que a autoestima foi muito abalada com a situação, e afirma que não se olha mais no espelho: "Por que nós sentimos que precisamos fazer essas coisas com nossos corpos? Eu sempre soube que iria envelhecer. E eu sei que isso é algo pelo qual o corpo passa" relata. "Ela - a supermodelo - já foi."