Nathalia Dill está pronta para recomeçar. Depois de ter sua licença-maternidade “estendida” pelas restrições impostas na pandemia, a mãe da pequena Eva, que completa um ano em dezembro, planeja os novos rumos da carreira.
Longe das telas desde a novela A Dona do Pedaço (2019), a atriz acaba de estrear nos cinemas o longa Um Casal Inseparável, em que contracena com Marcos Veras. Na trama, ela vive Manuela, uma mulher autoconfiante que se apaixona por um médico sedutor – de quem acaba se separando por um infortúnio do destino.
No papo a seguir, a atriz abre o jogo sobre a experiência da maternidade e comenta o novo trabalho.
Qual foi a sua descoberta mais marcante com a Eva?
Tudo é totalmente inesperado porque, por mais que você se prepare, é tudo novo. Eu que sempre fui uma pessoa tranquila, desencanada, tenho meus momentos de paranoia agora, porque fico querendo saber se a Eva está com sono, com fome, com frio, se está bem, se está sentindo alguma coisa (risos).
Sua primeira ida à praia após o parto rendeu comentários de mulheres elogiando você por mostrar seu “corpo real”.
Infelizmente, essa patrulha em relação ao corpo das mulheres continua. Avançamos na questão, mas ainda há esse olhar para o que consideram falha no corpo da mulher. Compartilhei a foto para registrar um momento especial, não pensei em algo além disso. Mas, vendo a repercussão, percebo que ainda temos muito o que discutir sobre isso para deixar essa lupa de lado e dar espaço para que mulheres estejam à vontade na própria pele.
Você tem falado muito sobre maternidade real. Qual a face mais “real” e inesperada de maternar?
Antes de o bebê nascer, dá medo de não saber o que fazer. Quando a Eva nasceu e a gente foi se conhecendo, vi que vamos aprendendo juntas. Uma parte chata são as pessoas que gostam de dar pitaco sem levar em conta quem está escutando aquilo. Sou a melhor mãe que posso ser e busco me acolher, justamente para não ouvir demais os outros e talvez me cobrar ou me questionar mais do que o necessário.
Você e sua irmã, Julia, ficaram grávidas com pouco tempo de diferença. Como é ter essa troca?
Brinco que minha irmã antecipa as fases para mim, já que meu sobrinho é um mês mais velho do que a Eva (risos). Foi assim durante a gravidez e continua sendo especial dividir esse momento com a minha irmã. Sei que ela já estaria comigo, independentemente de estar grávida. Mas como estávamos passando pela mesma experiência ao mesmo tempo, a conexão foi ainda maior. Eva e o primo já se conhecem e, da nossa parte, vamos incentivar sempre a amizade e o amor entre eles.
Você está estreando o filme Um Casal Inseparável. De alguma forma, você se identifica com a Manuela, que não pensava em se casar e acabou se apaixonando?
Casamento e amor nem sempre andam de mãos dadas. Você pode amar profundamente uma pessoa, mas ainda assim não ter o sonho ou a vontade de se casar. Nem sempre quis. Não sou chegada a tradições. Mas hoje tenho vontade de ter esse momento de reunião, de comunhão com nossas famílias e amigos. É tão bom celebrar o amor! Minha semelhança com a Manuela nem está relacionada ao casamento, mas, sim, ao senso de justiça. Ela é correta, preocupada com o coletivo, e também sou assim. Então, quando ela se enfurece ao ver algo que não está correto, consigo entender perfeitamente (risos).
O que torna você inseparável do seu marido, Pedro Curvello?
A escolha de estar junto. Queremos caminhar lado a lado e é essa vontade que nos mantém assim.