Em entrevista para a colunista Patrícia Kogut, do jornal O Globo, publicada nesta quarta-feira (31), a atriz Isis Valverde contou como lida com o ônus da fama - como, por exemplo, com o assédio de paparazzi, algo frequente na sua vida e que ela demorou para se acostumar.
— Não sei o que eles têm comigo. Boto o pé na rua, eles aparecem. Parece que eu ligo para eles. Outro dia estava saindo de uma trilha, e o homem estava lá embaixo. Eu brinquei: "Você colocou GPS no meu carro, né?". Ele começou a rir. Isso é uma coisa que me incomoda ainda. Na praia, por exemplo. Tem momentos que isso incomoda porque você está fazendo uma coisa muito família, e a pessoa está ali cavando uma foto. E é um book. Não é uma foto que o cara tira e fala: "Tchau, obrigada". Ele vai ficar ali a noite inteira. Então, eu respeito, mas às vezes falo: "Já tiraram muito, agora podem ir, né?". Eu me acostumei mais. Antes, ficava muito nervosa, assustada. Eu era da fazenda. Imagina chegar ao Rio de Janeiro? Na época da Ana do Véu (da novela Sinha Moça, da TV Globo, de 2006), quando eu saía, avançavam com a câmera para pegar meu rosto. Uma vez eu saí correndo, larguei a mala no meio da rua. No início foi bem intenso, agora está mais de boa — relatou.
No período de distanciamento social, a artista, além de mergulhar em seu trabalho na novela Amor de Mãe, também se dedicou à família. Casada com o empresário André Resende e mãe do pequeno Rael, de dois anos, ela afirma que a maternidade é seu grande desafio.
— Parece que um bicho nasce dentro de você, uma segunda personalidade, que é a mãe. Você olha e fala: "Quem é essa mulher louca? Nunca vi". De repente ela começa a dominar sua vida. Quando você olha, está limpando nariz da criança, cavucando, passando negócio no ouvido. Antes eu tinha até medo de dar banho no Rael. Para mim, ser mãe é um conjunto de ações e de decisões para a vida daquele ser humano que acabou de chegar a este planeta doido. É uma construção que vai vindo ao longo do tempo. Nunca vi uma coisa tão difícil na vida — refletiu.
Por fim, Isis disse que busca o equilíbrio na hora de criar o filho em meio à exposição inerente ao seu trabalho.
— Tento respeitar sua individualidade. Por exemplo, não faço comercial com ele, coisas que envolvam grana e que exijam que ele tenha horário para chegar e para sair. Importante dizer que essa é a minha maternidade. Não estendo para outras mães. A maternidade é singular e, para mim, é assim que funciona. Acredito que Rael precisa ter a infância dele. Ele pede para tirar foto, faz pose. Não sei explicar o que se passa na cabeça dele. Ele tem esse lado. Tento ao máximo evitar a exposição, mas às vezes escapa, uma foto vaza... Eu tento deixar a integridade dele como criança intacta pra ele decidir o que quer. Se um dia ele chegar para mim e disser "quero fazer uma capa" ou então eu perguntar "filho, você quer fazer foto com a mamãe?" e ele responder que quer, nunca vou falar "não". Isso não vai agredir o corpo e a saúde dele. Se ele estiver a fim, vai fazer. E está tudo certo — concluiu.