A modelo e estudante de Moda Sasha Meneghel nasceu, literalmente, sob os olhos do público. Filha da cantora Xuxa e do ator Luciano Szafir, teve seu parto noticiado no Jornal Nacional em 1998. Hoje, com 22 anos, entende que nunca vai conseguir distanciar sua imagem da família, mas reforça o desejo de ser vista (principalmente profissionalmente) por ser quem é.
— Já fui muito presa à ideia de que precisava me desassociar da minha mãe para que conseguissem me enxergar. Hoje não vejo assim. Só quero que me chamem para trabalhar, por exemplo, pelos motivos certos, e que me enxerguem por quem sou, não por quem minha mãe é — disse ela em entrevista à revista Glamour publicada nesta segunda-feira (8).
Ainda à publicação, Sasha conta que a experiência de estudar fora do país (ela está prestes a se formar em Design de Moda na faculdade Parsons, em Nova York) foi importante para a sua independência.
— Lá pude explorar quem sou, não quem queriam que eu fosse. Me deu um alívio, uma noção de: “Posso respirar aqui”. Fico feliz em ver que, mesmo de volta ao Brasil, essa necessidade de ser livre continua presente em mim — afirmou.
Os olhares voltados para si também atrapalharam sua autoestima. Na conversa, a jovem revelou uma encanação com sua aparência: ela cresceu acreditando que seu rosto é "muito grande".
— Amadurecer nesse meio não foi fácil nesse sentido. Achava que precisava sempre estar melhor, mas não caibo na caixinha que criaram para mim. Minha mãe foi modelo, então havia essa expectativa sobre quem eu seria. Cresci achando que meu rosto era muito grande... Eu tinha 12 anos quando vi na internet que parecia um biscoito Trakinas. Ler isso com aquela idade mexeu demais comigo. Fazia de tudo para minimizar, sorria olhando para baixo, evitava levantar muito a cabeça. Nem sei se passou. É difícil, mas todos precisamos ajudar a mudar essa cultura. Não existe um só jeito de como a mulher deve ser, do que nos fazem acreditar que são falhas e que são só coisas normais, quem somos — refletiu.
Por fim, questionada sobre o que herdou dos seus pais, respondeu:
— Da minha mãe, a transparência. Sou transparente igual a ela. É muito fácil ver o que estamos sentindo. Como ela, também sou muito competitiva e um pouquinho perfeccionista. Do meu pai, herdei os olhos, o fato de gostar muito de comer, meu lado atleta. Também dormimos na mesma posição e somos chorões. Nós nos falamos muito por telefone. Com o isolamento, não me senti confortável para encontrar mais com ele e meus irmãos — contou.