A atriz Samara Felippo, de 42 anos, falou sobre a pressão estética que costumava sentir quando era mais nova em entrevista à colunista Patrícia Kogut, do jornal O Globo, publicada nesta segunda-feira (28). Na conversa, contou que tinha medo de perder oportunidades profissionais se engordasse, mesmo sabendo que sempre esteve dentro do padrão de beleza.
— Eu fui encaixotada em um padrão de beleza. Na minha cabeça, eu perderia papéis se engordasse porque deixaria de ser atraente para os homens. Isso acontece com as mulheres da classe artística, mas com outras de diversas áreas profissionais também. Mesmo sabendo que eu sempre estive dentro desse padrão, sendo magra, continuava achando que precisava emagrecer mais. Isso me trouxe muita angústia. Lembro que fazia ensaios fotográficos e pedia para que o meu braço fosse diminuído digitalmente, por exemplo. Isso é uma loucura — afirmou.
Em seguida, Samara relatou que, hoje, faz questão de se mostrar o mais real possíveis nas redes sociais para inspirar outras mulheres a não odiarem o próprio corpo.
— Publico fotos com celulite e dobras na barriga para desmitificar o amadurecimento e mostrar a realidade. Procuro não usar filtro que vá mudar a minha aparência. Muitas mulheres me veem nessas fotos e se identificam. Isso faz com que elas parem de odiar os seus corpos. Recebo muitas mensagens sobre isso — contou.
Por fim, a atriz falou sobre racismo, um tema que aborda com frequência nas suas plataformas. O interessa pelo assunto intensificou-se depois que ela teve as filhas Alícia, de 11 anos, e Lara, de sete. As duas são frutos do seu relacionamento com o ex-jogador de basquete Leandro Barbosa, o Leandrinho, com quem Samara foi casada até 2013.
— Sou mãe de duas meninas cacheadas e venho falando do racismo há anos. É muito louco, porque questões que só agora vêm ganhando destaque já existem há muito tempo. E eu fico triste porque tudo parece não passar de uma onda. As pessoas se chocam, protestam e logo o assunto é esquecido de novo. Existe muita militância de sofá, que fica só nas redes sociais. As mudanças precisam acontecer já. Ninguém aguenta mais — concluiu.