A apresentadora Fernanda Lima, de 42 anos, falou sobre como está lidando com a morte do pai em entrevista a Astrid Fontenelle no YouTube, publicada nesta segunda-feira (21). Cleomar Lima passou cerca de 120 dias internado no Hospital Moinhos de Vento de Porto Alegre lutando contra a covid-19 e as consequências da doença antes de falecer em julho. A gaúcha contou que a conexão com a natureza foi muito importante para ela processar a dor da perda.
— Todo mundo sabe que perdi meu pai. Foi um processo bastante doloroso. Durante esses quatro meses, durante toda essa tortura que a gente passou, andava todo dia no meio do mato sozinha e gritava, de verdade. Eu berrava. Para todos os recursos que eu pudesse ter. E também para ele. E eu chorava, mas eu chorava um choro primitivo. Aquele choro que você só consegue chorar sozinha. Óbvio que o Rodrigo (Hilbert, seu marido) me deu muito colo. Minha família foi muito importante. Mas você chora e uma hora para. Porque tipo: "Ah, não vou ficar aqui chorando na frente de todo mundo". Dava uma vergonha chorar. Foi muito importante para mim essa coisa de estar perto da natureza, porque na natureza eu me libertei, libertei minha dor, libertei meu grito visceral — relatou.
Na conversa, Fernanda disse que optou por passar o início do período de distanciamento social com o marido e os filhos no Rio de Janeiro.
— No dia 18 de março, quando começou a história de se recolher, a gente pegou o carro de São Paulo e foi para o Rio. Ficamos lá quatro meses direto sem sair, somente nós. Óbvio que minha relação com a família já é muito grudada. Estamos sempre juntos. Mas a minha relação com a natureza, de uma maneira geral, foi muito, muito intensa — reforçou.
Por fim, a apresentadora, que também é mãe dos gêmeos João e Francisco, de 12 anos, refletiu sobre como a relação com a filha caçula, Maria Manoela, de um ano, foi importante neste ano difícil.
— Maria foi um presente para mim. É a minha menina, minha companheira. Eu engravidei, sei lá, com 41 anos. Foi uma gravidez um pouco mais tarde. Eu estou para ela o tempo todo. E tem sido gratificante estar com ela, tê-la. Ela não me deixa dormir. Passamos a noite inteira acordadas. Ela mama três vezes à noite. E eu acordo assim, com este sorriso. (...) É fogo também porque fico cansada. Mas tem sido muito legal e importante para mim. Ela está me preenchendo de amor. Não só a mim, mas a todo mundo aqui em casa — concluiu.