A atriz Mariana Rios, que recentemente sofreu um aborto espontâneo, participou do programa Encontro com Fátima Bernardes nesta quarta-feira (22) e falou sobre a experiência de perder o bebê e a importância de compartilhar sua dor com outras mulheres nas redes sociais. Ela estava grávida de seu primeiro filho, fruto do relacionamento com o empresário Lucas Kalil.
— Foi muito importante falar. Mas, mais importante ainda, foi receber as mensagens e histórias que as mulheres dividiram comigo. Isso foi de grande valor para mim. Tenho muito a agradecer a todas. A dor do outro é onde você se encontra também, então você se enxerga no outro. Sou uma pessoa que fala muito pouco da minha vida pessoal, da minha intimidade, mas senti uma necessidade muito grande de falar (neste momento). A repercussão foi uma coisa que eu não esperava — contou ela.
Mariana também contou como está tentando encarar a fase de luto pela perda do bebê:
— A dor e a tristeza são inerentes aos seres humanos, mas o sofrimento é opcional. Nós vamos passar por milhares de problemas na nossa vida. Mas o que mais difere uma pessoa da outra é como cada um vai lidar com o seu sofrimento e sua dor. Não se permitir entrar nesse lugar que é gostoso de ficar quando você sofre. Todo dia, o sol vai brilhar para todo mundo, nós vamos ter outras oportunidades. Que a gente consiga passar pela nossa dor com uma certa expansão de consciência, sentindo que preciso daquilo para o meu crescimento como pessoa, espiritual — refletiu.
A atriz também afirmou acreditar que tudo o que acontece é para o seu próprio bem, e que dessa forma consegue levar a vida de forma mais leve.
— A vida é uma caixinha de surpresas e uma montanha-russa. A gente tem que estar preparado para tudo, porque não sabemos o dia de amanhã. Se você tem certeza que tudo acontece é só somente para o seu bem, a gente consegue levar a vida com mais leveza, em paz. Porque qualquer coisa que acontece é para o meu bem. Preciso ter gratidão por aquilo — explicou.
Na conversa, Mariana ainda relatou como foi descobrir a notícia.
— Fui fazer um exame de rotina e meu médico percebeu que tinha alguma coisa estranha. Naquele momento, senti que tinha voado até o céu e, de lá, eu despenquei. Dizem que quanto mais você sobe, sonha, cria expectativa, o tombo é maior. Mas não me arrependo de todo que sonhei, planejei e criei de expectativa — afirma.
Por fim, ela também falou sobre como foi contar do aborto para o marido, que não estava com ela nesta consulta.
— Ele (o médico) falou: "Você quer eu ligue para o Lucas?". Eu falei: "Não, deixa que eu vou chegar em casa, ele está fazendo uma coisa superimportante, preciso dar essa notícia para ele, não quero falar pelo telefone". Depois que ele acabou a reunião, ele me ligou e falou: "Como está o meu neném?". Eu não queria chorar pelo telefone, porque não queria que ele se desesperasse. (...) Ele chegou, contei e tentei ficar o mais calma possível para consolá-lo. Ele ficou muito mal, eu estava muito mal também, mas nesse dia reuni forças para ficar do lado dele. No dia seguinte, ele acordou melhor, eu desabei e ele estava lá comigo o tempo todo, para me consolar. Do mesmo jeito que eu fiz antes — relatou.