Nesta segunda-feira (09), Bruna Marquezine, Maisa e Ludmilla participaram de um bate-papo realizado pela parceria entre a marca Puma e a revista Glamour, intitulado #TamoJuntas, em São Paulo. Na conversa, mediada por Rafa Brites, Bruna falou abertamente sobre questões femininas como objetificação, autoestima, padrão e sororidade.
"A primeira vez que me dei conta de que era mulher foi quando eu tava vivendo a Lurdinha em Salve Jorge e vi meu corpo sendo objetificado. Eu não tinha maturidade pra lidar com aquilo e não entendia. Tinha acabado de completar 18 anos, a cada semana diziam que eu tinha saído com um cara novo. Não sabia lidar, sofria muito. Naquela época, cheguei a pensar em parar de atuar. Ainda bem que tive uma rede de apoio que me ajudou a entender e não desistir", afirmou.
Sobre essa rede de apoio, Bruna lembrou de colegas da profissão:
"Os maiores incentivos foram dentro dos sets e no camarim em trocas com as atrizes. Foram essas mulheres que sempre me ajudaram. A lista é enorme de atrizes que se tornaram amigas e tiveram a sensibilidade de me ver frágil e me estender a mão porque eu comecei muito jovem. Ter esse olhar de algumas atrizes mais experientes me fortaleceu. Ver a Cassia Kiss, que é uma grande inspiração, me assistir foi especial. A Vanessa Gerbelli, que foi minha mãe quando interpretei a Salete, realmente foi uma mãe".
Ao falar sobre beleza, ela refletiu:
"Milhares de meninas querem se encaixar em um padrão de beleza que não existe. A beleza que você vê e consome sai com água e demaquilante. É cruel e cansativo tentar se encaixar em um padrão".
Sobre fazer parte do movimento de empoderamento das mulheres, ela diz ainda estar em evolução:
"Feminismo é se respeitar e respeitar o tempo do outro. Nem todas as mulheres andam na mesma velocidade. Não há necessidade de correr para segurar a mão de todo mundo. O importante é haver respeito. Eu não nasci num berço feminista, estou crescendo mais e mais".
Para resolução do machismo na sociedade, propõe:
"O único caminho é o diálogo. Eles sempre contaram as nossas histórias e chegou a hora de eles ouvirem da nossa boca. Se você foi protagonista a vida inteira, deve ser difícil assumir o papel de coadjuvante uma vez, mas é necessário. Tenho orgulho de estar num meio onde mais amigos homens estão se transformando. Acho muito bonito quando vejo um homem usando a voz dele para dar visibilidade".