O inverno é sinônimo de vários hábitos prazerosos, entre eles a degustação de vinhos. Para quem se aprofunda nesta arte e deseja ter à disposição, em casa, uma variedade interessante de rótulos, uma opção cada vez mais acessível é a adega — refrigerada, em formatos de móveis específicos, ou customizada com materiais baratos, como os blocos de concreto.
De acordo com a arquiteta Lígia Piccini (Kali Arquitetura), especialista em projetos de interiores que incorporam adegas em diversos cenários, já é possível ter esse diferencial sem tantos gastos como antigamente:
— Apesar de não ser um item indispensável, a adega está se tornando cada vez mais popular, disponível em muitos modelos, tamanhos e marcas no mercado (a partir de R$ 600). Tem sido um pedido constante nos projetos, incluindo os de baixo investimento.
A seguir, você confere o que é preciso levar em conta na hora de planejar sua adega.
O ambiente ideal
Tanto pela questão visual quanto funcional, a adega deve estar integrada ao mobiliário de forma inteligente. Considerar uma adega refrigerada é sempre mais simples, pois o equipamento resolve todas as questões de climatização e iluminação. Quando se opta pela organização dos vinhos fora de compartimentos refrigerados, utilizando móveis decorativos, é importante planejar que as garrafas fiquem estocadas em local sem grandes variações de temperaturas e incidência de luz ao longo do dia.
— O ideal é que qualquer adega seja planejada longe das áreas de cozinha e de churrasqueira. A posição dela deve ser definida no ponto mais central da casa (o mais longe possível de janelas). O uso de lâmpadas de LED no ambiente contribui para que o espaço não aqueça — explica Lígia.
Temperatura
A recomendação de temperatura constante, em geral, é de 18°C para o armazenamento. Na hora de servir, cada tipo de bebida deve ser submetido a uma temperatura ideal. Segundo Lígia, vinhos brancos doces e espumantes vão bem a 6°C, vinhos brancos entre 6°C e 12°C, e os rosés, a 8°C. Já vinhos tintos leves ficam entre 14°C e 16°C.
Ideias para pouco espaço
Para quem tem pouco espaço, a criatividade é a chave do sucesso. Priorize praticidade e desempenho dos materiais utilizados. Para não ter erro, um bom investimento é a adega climatizada pequena, do tamanho de um frigobar. E para quem tem vontade de replicar modelos lindos que se destacam na internet, a especialista alerta:
— Algumas referências, do Pinterest, por exemplo, são puramente estéticas e podem ser facilmente adaptadas em casa. Porém, os cuidados sobre o armazenamento são indispensáveis e devem ser redobrados (posição, luz e temperatura). Uma das mais populares e fáceis de montar — e, é claro, com um bom resultado — é a adega feita a partir de blocos de concreto (cerca de R$ 3,50 a unidade). Outro formato muito desejado é aquele só com barras pinadas na parede.
— Visualmente são muito legais porque criam ilusão de flutuação das garrafas. O efeito é lindo, mas se os vinhos pegarem sol, não faz sentido. Acaba sendo só um revestimento de parede. Para quem deseja muito, sugiro usar garrafas vazias para não perder nenhum vinho — comenta Lígia.
Posição certeira
Além de preparar a melhor condição para o armazenamento das garrafas, Lígia destaca que cada tipo de bebida também exige uma determinada posição de repouso:
— É importante entender que tipo de vinho está sendo armazenado e respeitar suas peculiaridades. O espumante, por exemplo, não deve ficar deitado por muito tempo. Já o vinho, deve — lembra.
O ideal é se informar sobre cada rótulo adquirido junto ao fornecedor.
Confira uma série de projetos que incorporam a adega nos ambientes: